O Oscar já teve um momento mais polêmico que o tapa de Will Smith

Tapa-de-Will-Smith-em-Chris-Rock O Oscar já teve um momento mais polêmico que o tapa de Will Smith

No ano passado, durante a cerimônia do Oscar, após Chris Rock, o apresentador da edição, ter feito comentários sobre a esposa de Will Smith em meio a um de seus discursos, o ator de Aladdin se levantou de seu lugar e deu um tapa no comediante. A atitude foi bastante discutida nos dias e semanas seguintes, e acabou banindo o astro da premiação por 10 anos e prejudicando alguns de seus projetos posteriores. Contudo, este está longe de ser o único escândalo do evento anual.

A situação problemática que possivelmente é a pior de todas as que já foram vistas no Oscar ocorreu em 1973. Com uma polêmica que também aconteceu em torno da categoria de Melhor Ator, Marlon Brando mandou a atriz nativa americana Sacheen Littlefeather para subir ao palco e recusar a estatueta que ganhou por sua atuação como Vito Corleone em O Poderoso Chefão. Ele também cedeu espaço para que ela fizesse um discurso sobre questões indígenas.

Littlefeather, de 26 anos, usava um vestido Apache tradicional e divulgou a declaração de Brando para o público e a imprensa, descrevendo seu descontentamento com o tratamento dos índios norte-americanos na indústria do entretenimento.

Enquanto a ativista falava sobre incidentes como o Massacre de Wounded Knee 1890, houve vaias, aplausos e barulho, com muitos dizendo que ela invadiu a cerimônia.

Clint Eastwood e John Wayne pioraram a situação

Ainda que o acontecimento no discurso do Oscar de Marlon Brando seja relativamente conhecido pelo público, o que se deu a seguir é menos citado. Após o ocorrido, Clint Eastwood zombou do discurso de Littlefeather, banalizando suas palavras e defendendo os cowboys “baleados em todos os faroestes de John Ford ao longo dos anos”. Seu comportamento foi considerado insensível ao objetivo da mensagem de Brando. 

Além disso, Littlefeather mais tarde admitiu que John Wayne teve que ser impedido por seis seguranças de atacá-la, indignado com suas palavras de igualdade, representação e diversidade. A reação de ambos os atores evidenciou a resistência da indústria a mudanças que ainda levariam décadas para começar a ser consideradas.

Poucos meses antes da morte de Littlefeather, em outubro de 2022, a Academia emitiu um pedido formal de desculpas de seu presidente, David Ruben. A ativista leu a carta na íntegra em uma celebração que ela descreveu como “sonho tornado realidade”, com apresentações de nativos americanos realizadas no Museu da Academia.

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