Em fevereiro, a Disney anunciou a demissão de mais de 7 mil funcionários em três fases, como parte de seu plano de economizar mais de US$ 5,5 bilhões. Agora, segundo um relatório da Reuters, o corte atingiu 75 cargos na Pixar Animation Studios, incluindo duas lendas do estúdio que estavam à frente de Lightyear, filme que gerou um grande prejuízo aos cofres da Casa do Mickey.
O primeiro é Angus MacLane, o diretor e roteirista do malsucedido spin-off de Toy Story. Em 26 anos como animador, ele fez parte da equipe criativa em filmes aclamados como Toy Story 3 (2010), Up: Altas Aventuras (2009) e Os Incríveis (2004). Além disso, Angus também emprestou sua voz a personagens de algumas animações, como Procurando Dory (2016) e WALL-E (2008).
A outra é Galyn Susman, que trabalhou como produtora de Lightyear e estava na Pixar desde a produção do primeiro Toy Story em 1995. Formada em Física, Ciência da Computação e Computação Gráfica, foi ela quem protagonizou a famosa história sobre Toy Story 2, quando salvou o filme de ser completamente deletado.
Toy Story 2 quase foi perdido
Em 1998, um ano antes do lançamento, um funcionário executou um comando errado nos arquivos e deletou todos eles de uma só vez. Para piorar, a equipe descobriu que não havia nenhum backup dos dados originais.
Acontece que Galyn Susman estava trabalhando em casa porque havia acabado de ter um filho, e ela tinha gravado algumas versões recentes dos arquivos em seu computador pessoal, salvando assim cerca de 90% do que eles haviam criado.
De acordo com a Reuters, essas demissões aconteceram em 23 de maio. A última vez em que houve redução de empregos na Pixar foi em 2013, quando o estúdio decidiu adiar o lançamento do filme O Bom Dinossauro e substituir seu diretor, Bob Peterson. Como resultado, aproximadamente 30 cargos foram cortados.
O baixo desempenho de Lightyear
Sobre o fracasso de Lightyear nas bilheterias, Pete Docter, o chefe de criação do estúdio, disse que os fãs sentiram falta dos outros personagens da franquia.
Já o diretor demitido Angus MacLane disse que não conseguiu entender os motivos que levaram à baixa bilheteria, mas atribuiu as avaliações negativas aos “trolls da internet” que não assistiram ao filme.
De acordo com um levantamento do Deadline, Lightyear representou um prejuízo de US$ 106 milhões para a Disney. Além das críticas sobre o enredo, pesou o fato de Lightyear ter sido banido nos cinemas de pelo menos 14 países por causa da representação de um casal gay, incluindo a China, uma enorme fatia do mercado cinematográfico.
Susman disse que a Disney apoiou parcialmente o casal gay em Lightyear
Em junho do ano passado, a produtra Galyn Susman disse que os executivos da Disney apoiaram a inclusão do casal formado pela Comandante Alisha Hawthorne e a personagem Kiko, mas revelou que houve resistência ao beijo delas na animação:
“Todos eles [Disney] apoiaram isso. Mas houve uma reação definitiva em ter aquele beijo. Tivemos a oportunidade de colocá-lo de volta e isso foi realmente emocionante”.
Lightyear e toda a franquia Toy Story estão no Disney+.