Um conhecido jornalista de entretenimento ofereceu uma explicação para a decisão da Disney de remover tantos filmes e séries de seus serviços de streaming de uma só vez, seguindo a tendência controversa iniciada pelo HBO Max, e incluindo projetos de destaque como Willow. A razão principal por trás dessa medida é reduzir despesas e aumentar a lucratividade da empresa. No entanto, ainda existe incerteza sobre como a remoção de séries originais contribui para esses objetivos e se esses programas podem reaparecer em outras plataformas futuramente.
Em um artigo para a Puck, Matthew Belloni falou sobre por que a Disney está retirando uma parte significativa de seu catálogo de streaming. Contrariando a crença popular, a principal razão para as remoções não são os pagamentos de royalties aos artistas, embora isso seja um fator. Segundo Belloni, os royalties representam uma parte relativamente pequena do custo total de disponibilizar séries e filmes em plataformas de streaming.
Pagamento de taxas aos estúdios
O principal problema, de acordo com ele, reside nas taxas de licenciamento que serviços de streaming como o Disney+ devem pagar aos proprietários do conteúdo, geralmente os estúdios que os produzem. Ao remover o conteúdo, a Disney evita o pagamento desses valores, o que resulta em economia. O artigo também aborda a possibilidade de esses títulos retirados reaparecerem em outras plataformas no futuro, como você confere mais abaixo.
Embora a lista de remoções do Disney+ inclua filmes, ela também é composta por séries canceladas de seu serviço de streaming, como A Misteriosa Sociedade Benedict e Big Shot: Treinador de Elite. Há exemplos de séries canceladas em outras plataformas pertencentes à Disney, como o Star+, como no caso da comédia Dollface, estrelada por Kat Dennings, e Y: The Last Man, do FX. Esse padrão sugere que séries canceladas têm maior risco de serem removidas.
Quanto aos filmes, relatos e especulações indicam que o Disney+ está se afastando da aprovação de comédias familiares menores e focando mais em franquias estabelecidas. No entanto, há uma perspectiva positiva, como mencionado por Belloni, de que os títulos possam eventualmente reaparecer. Isso aconteceu com vários títulos que foram removidos do HBO Max no ano passado.
Confira o relato de Matthew Belloni na íntegra:
“Os mecanismos são interessantes aqui. Em primeiro lugar, muitos parecem pensar que os pagamentos de royalties dos artistas são a causa da remoção. Na realidade, eles representam uma parte real, porém relativamente pequena, do custo de disponibilizar séries e filmes em plataformas de streaming. Uma parte tão pequena, na verdade, que o Sindicato de Roteirista está em greve para melhorá-los.
Os principais custos aqui são as taxas de licenciamento que devem ser pagas pelo distribuidor (Disney+ ou Hulu, neste caso) ao proprietário do conteúdo. Podemos pensar nessas séries como apenas estando disponíveis em um serviço, esperando ser descobertas às 3h da manhã pelo seu primo chapado. Mas, em termos de licenciamento, estar em uma plataforma de streaming é a mesma coisa que se a série estivesse sendo distribuída na TBS ou vendida para um território estrangeiro. O Disney+ é uma exposição, e taxas devem ser pagas. Isso é válido mesmo se o proprietário do conteúdo for a própria Disney (ou uma afiliada), que deve pelo menos fingir estar envolvida em uma transação independente.
A forma como funciona é que as pessoas da Disney examinam o catálogo, identificam o que não está sendo bem-sucedido (e acredite em mim, algumas dessas séries estavam literalmente sendo assistidas por ninguém), removem-nas do serviço e assumem um custo de deterioração. O custo do produto de entretenimento normalmente é pago antecipadamente, mas amortizado ao longo do tempo.
No entanto, quando você assume uma deterioração em um ativo, você pode abater o custo hoje, o que significa que você está dizendo: Isso não vale o dinheiro que pagamos. Se for uma série do Disney+, como, digamos, a série Willow da Lucasfilm, ou qualquer outra coisa como Bis!, o Disney+ não terá que carregar esse fardo contínuo. A desvantagem é que, uma vez que você assume a deterioração, não pode mais colocar esse ativo de volta no Disney+. Ele desaparece, pelo menos pelo período completo de deterioração.
Mas não é necessariamente uma perda total. Quando você deteriora um ativo, como uma série de TV, você então analisa qual valor você poderia obter de outras fontes: plataformas de compra digital (como Amazon ou Apple TV), um canal FAST (PlutoTV, Tubi), talvez Netflix ou Amazon. Se você encontrar um comprador, subtrai o que ganhou com isso da baixa contábil, e o conteúdo continua em algum lugar. Caso contrário, ele desaparece.”
Você pode encontrar a lista com os filmes e séries marcados para sair do Disney+ e Star+ neste artigo:
• Se esses títulos estão na sua lista, assista logo, pois serão removidos
Acho que o maior problema da Disney é ela estrear dezenas de novas séries e não dar continuidade a mais temporadas das já lançadas, olha o catálogo da Marvel, há anos não dão continuidade as temporadas mas lançaram agora a série Eco, pra quê isso?!.