Star: Novo streaming da Disney vai substituir o Hulu?

STAR-HULU-1024x683 Star: Novo streaming da Disney vai substituir o Hulu?

O Hulu é a plataforma de streaming nos Estados Unidos para lançar conteúdo controlado pela Disney que não se enquadra no perfil familiar de programação oferecido pelo Disney+, como explicado em detalhes nessa página da nossa seção de Perguntas mais Frequentes. Star é o nome do novo serviço de streaming da Disney divulgado recentemente e será lançado mundialmente no ano que vem.

Não há dúvidas de que a pandemia de coronavírus deu um belo empurrão na indústria de SVOD (assinatura de vídeo sob demanda). Com a maioria das pessoas ao redor do mundo ficando muito mais tempo em casa, as assinaturas de serviços como Netflix, Disney+ e Amazon Prime Video cresceram num ritmo acima do normal, e empresas de análise como o Reelgood e 7Park Data também já relataram o grande avanço das plataformas de streaming nos últimos meses.

Mas uma marca de streaming bem conhecida nos Estados Unidos parece estar perdendo a festa. O Hulu, da Walt Disney Company, oferece programação voltada para o público adulto e há muito tempo está atrás da Netflix e Amazon Prime Video em termos de assinantes, embora o serviço tenha um catálogo respeitável. O Hulu inclusive já levou para casa um prêmio Emmy pelo “O Conto da Aia”, algo que a Netflix ainda não conquistou.

O ex-CEO da Disney Bob Iger já havia exaltado o potencial do Hulu e planejou inserir em seu catálogo bastante conteúdo original para lançamento internacional.

No entanto, mais de um ano após a aquisição da Fox, o Hulu parece estar sendo esquecido. Em sua recente teleconferência para investidores, a Disney anunciou que lançaria um serviço de streaming internacional com o nome Star, uma marca de TV adquirida no negócio envolvendo a Fox, ao invés de promover o Hulu internacionalmente. E o crescimento do Hulu tem sido discreto durante a pandemia, especialmente considerando o boom que esse mercado está vivendo.

O serviço de streaming, disponível apenas nos EUA, somou 5,1 milhões de assinantes no primeiro semestre de 2020, passando de 30,4 milhões para 35,5 milhões. Mas esse número contempla assinantes do pacote com Disney+, ESPN+ e Hulu e pacotes de TV a cabo que vêm com o Hulu incluído. Não é necessariamente ruim. A própria Netflix teve um crescimento semelhante de assinantes nos Estados Unidos na primeira metade do ano, apesar de ter cerca do dobro da penetração de mercado do Hulu. Mas o Hulu parece ter perdido sua melhor oportunidade de ganhar espaço e, com o efeito da pandemia diminuindo gradativamente, o crescimento no número de assinantes também deve diminuir agora.

O Disney+ virou o centro das atenções

No anúncio do pacote com Disney+, ESPN+ e Hulu, Bob Iger disse isso sobre o Disney Plus:

“Vai ser tratado como o produto mais importante que a empresa lançou…certamente durante o meu mandato”.

Bob Iger, ex-CEO da Disney

E de fato o Disney+ se tornou a arma mais forte da Disney em seu arsenal de streaming. O serviço atraiu mais de 60 milhões de membros desde seu lançamento em novembro passado, tem chances de chegar a 100 milhões de assinantes ainda em 2020, e naturalmente é onde a Disney está concentrando a maior parte de seus recursos de streaming. É a plataforma que está oferecendo lançamentos altamente esperados como “Hamilton“, “Mulan” e “Black is King“, e continuará a receber esse tipo de conteúdo premium.

A plataforma superou as expectativas da Walt Disney Company, pois a empresa previa originalmente que alcançaria de 60 milhões a 90 milhões de assinantes mundialmente até 2024, mas atingiu essa faixa em menos de sete meses. Naturalmente isso reflete em um retorno sobre o investimento muito maior do que acontece com o Hulu, restrito aos Estados Unidos e pouco conhecido fora do país norte-americano.

Somado a isso, a cadeira de Diretor Executivo passou de Bob Iger para Bob Chapek, e os programas Marvel do Hulu migraram para o Disney+, reduzindo as chances de um desempenho superior na plataforma com conteúdo adulto.

O Hulu não deve ser mais lançado internacionalmente

No início deste ano, Bob Iger disse que o Hulu provavelmente seria lançado internacionalmente no próximo ano. Entretanto, com os planos de fazer do Star seu novo serviço de streaming internacional, a perspectiva de o Hulu ir para o exterior agora parece duvidosa. Lançar dois serviços de streaming diferentes junto com o Disney+, que ainda está se expandindo ao redor do mundo, não parece fazer muito sentido. E os comentários do novo CEO Bob Chapek na última webconferência de resultados financeiros pareciam acabar com qualquer tipo de iniciativa de um Hulu International.

Bob Chapek explicou nessa reunião virtual que o Hulu agrega conteúdo de terceiros, enquanto o serviço Star vai oferecer conteúdo dos estúdios ABC, Fox Television, FX, Freeform, 20th Century Studios e Searchlight. O Diretor Executivo também acrescentou: “O Hulu, devo dizer, não tem reconhecimento de marca fora dos EUA, e nem o Hulu tem qualquer conteúdo que tenha sido licenciado internacionalmente”. Isso mostra que a Disney estaria essencialmente começando do zero se levasse o Hulu para fora dos Estados Unidos.

A Disney está desistindo do Hulu?

O Hulu foi lançado em 2008 e antes de ser controlado pela Disney nunca foi lucrativo. Esperava-se inclusive que ela perdesse US$ 1,5 bilhão no ano passado, mas como agora o serviço está sob o comando da Disney, seus resultados estão embutidos em um grupo maior de negócios chamado “direto ao consumidor” (direct-to-consumer) e não em um negócio individual.

O Hulu é um serviço com veiculação de propaganda, então tem um forte negócio de publicidade e uma receita média por assinante muito maior do que o Disney+. A marca possui um amplo catálogo, mas está em um meio bastante competitivo e seu futuro parece incerto após o crescimento do Disney+ e o anúncio do novo streaming Star.

Caso o crescimento do Hulu se estabeleça após o período de pandemia, a Disney pode considerar outras opções para o serviço de streaming, como vendê-lo ou combiná-lo com uma versão premium do Disney+. Da forma como está agora, manter um negócio que não gera resultados positivos parece ser um caminho improvável para a gigante do entretenimento. O ano de 2021 promete.

Via Variety e The Motley Fool

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Redação GDPB

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