Enquanto os serviços de streaming continuam a buscar lucratividade em vez de crescimento de assinantes, as plataformas começaram a implementar mudanças para desencorajar o compartilhamento de contas com amigos e familiares. No início deste ano, a Netflix implementou novas restrições ao compartilhamento de contas, resultando na adição de milhões de novos assinantes e aumentando seus lucros.
Disney+ segue a tendência, mas com calma
Não surpreendentemente, com a Netflix liderando o caminho, outros serviços de streaming estão buscando seguir o mesmo exemplo. Em agosto, a Disney revelou que também começaria a reprimir o compartilhamento de contas. Pouco antes do lançamento de novas opções de assinatura em alguns países, incluindo uma mais barata com suporte a anúncios, os assinantes receberam e-mails com os novos termos de serviço, que declaravam:
“A menos que permitido pelo seu plano, você não pode compartilhar sua assinatura fora de sua residência. Residência significa a coleção de dispositivos associados à sua moradia pessoal principal que são usados pelas pessoas que vivem lá.”
Uma das maneiras que a Disney vai impor suas regras de compartilhamento de contas é por meio de seus “limites de streaming simultâneo”, que define quantas pessoas podem assistir ao Disney+ ao mesmo tempo. O Disney+ Premium permite que quatro pessoas transmitam simultaneamente, enquanto o Padrão e o Padrão/Básico com Anúncios têm um limite de duas pessoas ao mesmo tempo. Apenas usando esse recurso, é provável que haja uma redução no compartilhamento de contas.
Impacto da medida e resposta dos assinantes
A notícia de que a Disney começaria a reprimir o compartilhamento de senhas causou um grande alvoroço nas redes sociais, com muitos questionando o que isso significa para eles, já que o termo “residência” pode ser muito amplo. Pais questionaram o que aconteceria com seus filhos na faculdade ou o que aconteceria durante uma viagem de semanas, por exemplo.
No entanto, parece que o Disney+ não vai reprimir o compartilhamento de contas imediatamente. Durante uma recente conferência com investidores, o CEO da Disney, Bob Iger, confirmou que a repressão não terá um impacto significativo até 2025, dizendo:
“Temos oportunidades adicionais de melhoria em nosso negócio de streaming que virão da implementação de padrões mais rígidos em torno do compartilhamento de contas. Embora, dado o momento do nosso planejamento, não esperamos um impacto significativo até 2025. Agora que realinhamos nossas estratégias de preços e marketing, focamos agressivamente em acertar a tecnologia, fundimos nossas equipes criativas e de distribuição, e restauramos a excelência criativa como nossa única prioridade motivadora com o conteúdo que criamos. Estamos otimistas sobre o futuro do nosso negócio de streaming.”
Ou seja, a Disney pode começar a se concentrar nisso mais tarde em 2024. Sem dúvida, será uma prioridade, mas com a iminente fusão do Hulu com o Disney+, não parece que a empresa esteja totalmente pronta para pressionar o botão e frustrar e irritar os assinantes, especialmente quando está tentando impulsionar os níveis de assinatura com suporte a anúncios para arrecadar mais dinheiro.
Leo Carvalho, jornalista de formação e nerd de coração, sempre atento às tendências do entretenimento, em especial filmes e séries da Marvel e Star Wars. Sua formação acadêmica em jornalismo e entusiasmo de fã lhe permitem escrever textos com insights, análises detalhadas e olhar crítico.
