Regras da Disney ficaram tão complexas que turistas estão fazendo aulas para entender

Walt-Disney-World-Resort Regras da Disney ficaram tão complexas que turistas estão fazendo aulas para entender

Planejar uma viagem para a Disney está se tornando uma tarefa tão complexa que as famílias estão pagando para fazer aulas sobre como usufruir da Casa do Mickey Mouse, isso sem contar com os custos exorbitantes apenas para entrar nos parques. Esse fenômeno está gerando um novo nicho de mercado para especialistas em viagens e criadores de conteúdo, que oferecem cursos e serviços de aggendamento para ajudar os visitantes a decifrar os complicados sistemas do parque.

Theresa Brown, uma moradora de Nova York que visitou a Disney World em agosto, compartilhou sua experiência com o The Washington Post: “Eu sabia que seria complicado, mas acho que não poderia imaginar que o complexo Disney fosse tão confuso”. Ela acrescentou: “O puro esforço mental apenas para entender o linguajar e as áreas da Disney é enorme”.

Guias e aulas especializadas

Brooke Raybould, uma criadora de conteúdo, vende um guia de 200 páginas chamado “Guia das Mães para o Disney World” por US$ 40, cerca de R$ 200. “Há todo um sistema para fazer a Disney World da maneira certa”, explicou Raybould ao Washington Post.

Kirsten Andrade, uma planejadora de viagens, também está aproveitando a demanda. Ela oferece um tutorial pelo Zoom, descrito como uma “aula universitária remota”, sobre planejamento na Disney, por U$ 39. “Temos até um pequeno quiz incluído”, ela explicou.

De férias mágicas a maratona de estresse

O que antes eram férias relaxantes agora se transformou em uma corrida frenética, com despertador antes das 7 da manhã para evitar filas e uma compulsão por verificar constantemente os tempos de espera pelo aplicativo My Disney Experience no celular. Jacquie Murphy, da Kingdom Elite Travel, compartilhou: “Já tive pessoas me ligando chorando.”

Mesmo com conselhos de especialistas, os visitantes do parque estão sendo orientados a gerenciar suas expectativas sobre o que é considerado diversão, e assim diminuir frustrações. Além de estar no parque exatamente às 7 da manhã, Murphy enfatizou a importância de ficar colado no telefone. Ela recomenda o Genie+, que dá a oportunidade de pular as filas comuns e usar as “Lightning Lanes” (filas rápidas).

Genie+ e estratégias para evitar multidões

O serviço Genie+ não é gratuito. O pacote de “Lightning Lanes” é precificado dinamicamente dependendo do volume do parque e estava custando US$ 39 no período do Natal. “Acho que a coisa que as pessoas têm mais dificuldade em entender é não saber quanto vai custar antecipadamente”, disse Murphy.

Enquanto isso, Jessica Mickelson, fundadora da empresa de planejamento Disney Well Hello Magic, aconselha que é melhor ir nas piores semanas de calor da Flórida, entre agosto e setembro, quando as crianças retornam à escola nos Estados Unidos: “Você meio que troca o calor pelo nível de multidão”.

Muitos fãs da Disney estão pedindo que o CEO da empresa, Bob Iger, revise os métodos atuais dos parques temáticos para as coisas se tornem mais simples. David Gordon, um repórter de Nova York, relatou ao The Washington Post sua última viagem em família à Disney de Orlando:

“É a única vez na minha vida em que quero estar olhando ao redor e absorvendo todas as paisagens e cheirando as flores. O fato de você ter que estar tão preso ao seu aplicativo que você provavelmente deveria trazer uma bateria extra apenas para ter certeza de que vai conseguir ir na atração que quer é diminuir toda a experiência da Disney”, lamentou ele.

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Leo Carvalho

Leo Carvalho, jornalista de formação e nerd de coração, sempre atento às tendências do entretenimento, em especial filmes e séries da Marvel e Star Wars. Sua formação acadêmica em jornalismo e entusiasmo de fã lhe permitem escrever textos com insights, análises detalhadas e olhar crítico.

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