Nova lei obriga Disney+, Netflix e Amazon a produzirem mais conteúdo australiano

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O governo australiano decidiu apertar as regras para os serviços de streaming e criou um sistema de cotas que obriga plataformas como Disney+, Netflix e Amazon Prime Video a investir em produções locais. A ideia, que começou a ser discutida lá atrás em 2020, é semelhante à adotada em outros países: equilibrar o mercado e garantir espaço para histórias e profissionais da região, já que o domínio dos streamings internacionais tem reduzido a quantidade de conteúdo australiano nas telas.

A partir de agora, qualquer serviço que tenha mais de um milhão de assinantes na Austrália precisa destinar 10% de seus gastos no país, ou 7,5% da sua receita total, à criação de produções originais locais. Isso vale para séries, documentários, programas infantis e outros formatos feitos por equipes e produtores australianos.

A medida demorou para entrar em vigor. O governo preferiu esperar por questões políticas internacionais, especialmente enquanto o ex-presidente Donald Trump ainda discutia tarifas comerciais que poderiam afetar acordos entre países.

Resistência dos streamings

As emissoras de TV aberta da Austrália vinham pedindo essa mudança há bastante tempo. Elas já são obrigadas por lei a produzir conteúdo local, enquanto os streamings escapavam da regra por não estarem incluídos na legislação anterior.

Agora, os serviços de streaming terão de seguir as mesmas exigências, o que muda bastante o jogo. Plataformas como Disney+ se mostraram contra a decisão com a alegação de que o aumento dos gastos com produções locais pode afetar seus investimentos.

Ainda assim, o Disney+ já havia feito algumas apostas na região, lançando títulos como Cirurgias e Artimanhas, O Culto Secreto e Caçadores de Naufrágios Austrália, todos produzidos com equipes australianas. Essas três séries também estão disponíveis no Brasil.

O Ministro das Artes, Tony Burke, comentou sobre a nova política. “Temos exigências de conteúdo australiano na TV aberta e por assinatura, mas até agora não havia garantia de ver nossas próprias histórias nas plataformas de streaming. Desde que chegaram aqui, os streamings criaram séries incríveis. Essa obrigação vai garantir que essas histórias, nossas histórias, continuem sendo contadas. Essas plataformas não têm dificuldade em entrar no mercado australiano. Com essa lei, vamos garantir que, não importa qual controle remoto você pegue, histórias da Austrália estejam ao seu alcance.”

A Ministra das Comunicações, Anika Wells, também apoiou a decisão. “Muitos streamings já estão produzindo ótimas séries australianas, como Vinagre de Maçã, O Caminho Estreito para os Confins do Norte e Garoto Devora Universo. Essa medida garante que produções como essas continuem a fazer parte da nossa identidade nacional.

O novo sistema de cotas deve fazer com que os grandes streamings invistam mais em conteúdo australiano. Por outro lado, especialistas acreditam que as empresas podem repassar parte desses custos para os assinantes, com aumentos que podem chegar a 15% ou 20% nos planos mensais.

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