Após um período de 118 dias de paralisação, o sindicato dos atores nos EUA (SAG-AFTRA – Screen Actors Guild‐American Federation of Television and Radio Artists) finalmente selou um acordo com os estúdios de Hollywood, marcando o fim da greve dos atores em 2023 . Este desfecho é um suspiro de alívio para a indústria, que viu produções serem adiadas e canceladas em meio a negociações tensas.
Um acordo unânime e esperado
O comitê do SAG-AFTRA, em votação unânime na última quarta-feira, deu seu aval ao acordo, que será encaminhado para o conselho nacional do sindicato para aprovação final na sexta-feira. A greve será encerrada oficialmente à 00:01 de quinta-feira, permitindo que as produções retomem o ritmo.
Os detalhes do acordo ainda estão sendo mantidos em segredo e devem ser revelados nos próximos dias, antecedendo a votação de ratificação pelo sindicato. A aceitação do acordo é crucial, pois caso contrário, os membros da negociação trabalhista terão que retornar à mesa de negociações com a AMPTP (Aliança dos Produtores de Cinema e Televisão).
A greve e a indústria em números
Durante o período de greve, estimativas apontam que a economia da Califórnia pode ter perdido pelo menos 6 bilhões de dólares, um reflexo significativo da paralisação de importantes produções como Deadpool 3 e Venom 3. A indústria do entretenimento, já enfrentando um período de retração, olhou com atenção para este desfecho, aguardando flexibilidade e controle de custos.
Após o retorno das negociações em outubro, um acordo começou a se desenhar com os estúdios propondo aumentos salariais e bônus baseados no sucesso de produções em plataformas de streaming. Questões cruciais como o uso de inteligência artificial e a compensação adicional para elencos em transmissões via streaming estiveram entre os temas mais discutidos.
A pressão dos grandes nomes
À medida que a greve se aproximava de seu centésimo dia, atores consagrados começaram a intervir, buscando agilizar o processo. Uma mobilização de milhares de artistas, através de uma carta, pressionou os negociadores a manterem firmeza nas demandas, evidenciando o descontentamento com a liderança do sindicato, mas também a determinação em alcançar um acordo justo.
O futuro após a greve
O fim da greve de 2023 é mais que uma notícia: é um marco de resistência e negociação na história recente da indústria cinematográfica norte-americana. O resultado destas negociações definirá o panorama para futuras produções e para o equilíbrio de poder entre estúdios e profissionais do entretenimento. A expectativa é que o acordo reflita o esforço e as demandas dos artistas durante o longo período de greve.
Com a atenção da indústria voltada para a ratificação do acordo, o mercado agora aguarda os próximos capítulos dessa negociação, que, sem dúvida, será decisiva para o futuro da criação artística em Hollywood.
Luiz Junqueira é engenheiro da computação e escreve sobre entretenimento há mais de 12 anos, com um olhar analítico sobre filmes, séries e quadrinhos. Combina sua formação técnica com uma grande paixão pelo universo da cultura pop, se dedicando a trazer para os leitores artigos informativos e precisos.
