Disney vai investir US$ 24 bilhões em conteúdo em 2026 e mostra como vai usar esse valor

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A Disney confirmou que, em 2026, vai investir cerca de US$ 24 bilhões em conteúdo, dividindo o valor praticamente meio a meio entre esportes e entretenimento. A informação foi dada por Hugh Johnston, diretor financeiro da empresa, durante o evento Wells Fargo Technology, Media, and Telecom Summit.

Segundo Johnston, o investimento em entretenimento pode crescer um pouco mais do que o de esportes, mas o equilíbrio entre os dois deve ser mantido. Ele comentou que a companhia também quer apostar mais em produções locais em alguns países, como forma de manter o público engajado e reduzir o número de cancelamentos de assinaturas.

“Estamos analisando os mercados e aplicando recursos onde vemos mais chances de crescimento, mas também onde surgem as melhores ideias,” disse Johnston. “Eu sempre repito que o dinheiro não atrai ideias, as ideias é que atraem o dinheiro.”

Evitar gastos de alguns anos atrás

Johnston destacou que o orçamento total da Disney vai continuar aumentando com o tempo, mas que não deve chegar ao nível em que o estúdio estava “produzindo conteúdo demais”.

Em 2022, o investimento havia atingido US$ 33 bilhões, um valor que o executivo classificou como alto demais.

“Não ficamos satisfeitos com a qualidade de algumas produções, porque estávamos forçando demais para lançar mais coisas,” afirmou. “Agora, acho que encontramos um ponto de equilíbrio.”

A expectativa é que as despesas com conteúdo cresçam num ritmo bem mais lento do que as receitas com streaming, que devem continuar subindo com força nos próximos anos.

Disney+ e Hulu mostram crescimento

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No quarto trimestre fiscal de 2025, o lucro combinado do Disney+ e do Hulu subiu 39%, alcançando US$ 352 milhões. A receita total de streaming aumentou 8%, somando US$ 6,25 bilhões.

As plataformas ganharam 12,4 milhões de novos assinantes, chegando a 195,7 milhões no total: o Disney+ adicionou 3,8 milhões e o Hulu 8,6 milhões.

Johnston comentou que a prioridade inicial era alcançar uma grande base de usuários e que isso já foi conquistado. “Agora queremos expandir ainda mais essa base,” disse.

Ele também destacou algo que já foi mencionado pelo CEO Bob Iger na semana passada, que o Disney+ deve se tornar um “portal central” para tudo o que envolve a marca Disney, incluindo oportunidades de integração com jogos e comércio eletrônico.

Além disso, as equipes do Disney+ e do Hulu estão trabalhando em um aplicativo unificado nos Estados Unidos, previsto para 2026, que deve facilitar o uso e reduzir o cancelamento de assinaturas.

“Mais do que tudo, precisamos acertar a tecnologia e entregar o produto do jeito certo,” afirmou Johnston.

ESPN

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Outro destaque do executivo, ainda no contexto dos Estados Unidos, foi o lançamento do ESPN Unlimited, que estreou em agosto. Johnston afirmou que o desempenho inicial foi positivo, com 80% das assinaturas feitas por meio do pacote que reúne Disney+, Hulu e ESPN, embora não tenha revelado números específicos de usuários.

Ele também reforçou que a Disney não tem planos de grandes aquisições no momento, mesmo com rumores sobre lances envolvendo a Warner Bros. Discovery.

“Estamos muito satisfeitos com o portfólio atual,” disse Johnston. “Mas seguimos abertos a pequenas oportunidades, como o investimento de US$ 1,5 bilhão na Epic Games.”

Expectativas para 2026

A empresa projeta crescimento de dois dígitos nos lucros por ação em 2026 e 2027, além de US$ 19 bilhões em geração de caixa operacional e US$ 9 bilhões em investimentos de capital.

O conselho da Disney também aprovou um dividendo de US$ 1,50 por ação, a ser pago em duas parcelas, nos dias 15 de janeiro e 22 de julho de 2026.

Para o primeiro trimestre fiscal de 2026, a previsão é de US$ 375 milhões de lucro com streaming, mas com impacto negativo de US$ 400 milhões por causa dos custos de marketing de Avatar: Fogo e Cinzas e das comparações com o calendário de lançamentos anteriores.

A Disney espera ainda um crescimento de 10% no lucro do setor de entretenimento no ano fiscal e margem operacional de 10% no streaming, além de uma expansão mais modesta nos lucros com esportes, concentrada no fim do ano devido ao cronograma de direitos de transmissão.

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