
O Disney+ sempre teve como público principal crianças e famílias, com uma grande coleção de filmes e séries que atraem tanto os mais jovens quanto quem gosta de reviver a infância. Desde o lançamento, a ideia era criar um serviço de streaming amigável para famílias, mas, com o tempo, o catálogo expandiu para incluir entretenimento geral e até esportes.
Ainda assim, o conteúdo infantil continua sendo uma peça central no serviço — tanto que Bluey não é apenas o programa mais popular do Disney+, mas também o mais assistido em qualquer plataforma de streaming.
O foco em crianças no Disney+
No início desta semana, foi anunciado que a Walt Disney Animation Studios vai parar de produzir conteúdos longos para o Disney+, concentrando-se em filmes para os cinemas, enquanto a Disney TV Animation continuará trabalhando em séries para o Disney Channel e o Disney+. Isso mostra que o foco em animações para o público infantil não vai diminuir, mas vai se ajustar para diferentes plataformas.
Em uma entrevista recente na Conferência de Tecnologia, Mídia e Telecomunicações da Morgan Stanley, a copresidente de Entretenimento da Disney, Dana Walden, foi questionada se o conteúdo infantil é uma prioridade para o investimento da empresa.
“Bem, nós somos a Disney. Claro, o público infantil sempre foi muito importante”, respondeu ela. “E posso dizer que criar, programar e desenvolver histórias que importam para esse público é uma das nossas prioridades agora. Estamos muito focados nisso”.
Dana também destacou as particularidades do público infantil. “Quando falamos desse público, é importante notar as diferenças. Não é algo único”, disse ela. Ela mencionou que, para os pré-escolares, a Disney é a marca número um.
Bluey, por exemplo, foi o programa mais assistido nos Estados Unidos no ano passado, com 28 horas de conteúdo gerando 60 bilhões de minutos de engajamento no Disney+. Além disso, séries como A Casa do Mickey Mouse, Spidey e Seus Amigos Espetaculares e Ariel fazem parte do catálogo, trazendo personagens e histórias clássicas da Disney que são constantemente atualizadas para os fãs mais novos.
A conexão com crianças e famílias

Dana também compartilhou como sua experiência como fã da Disney ajuda a entender esse público. “Sabemos que a conexão com as crianças desde muito cedo cria uma afinidade com nossa marca para o resto da vida”, explicou ela.
“Eu cresci no sul da Califórnia, e meus pais, meus avós vinham nos visitar todo verão e nos levavam para a Disneyland. Fico até envergonhada de dizer, mas eu ficava mais animada com a Disneyland do que com meus avós — e acho que não estava sozinha nisso”.
Ela também falou sobre como seus filhos cresceram assistindo ao Disney Channel, sentindo que era um ambiente seguro para crianças. “Penso que os pais sentem o mesmo hoje sobre o Disney+”, completou.
Com o crescimento do catálogo para incluir conteúdos mais gerais, o Disney+ precisou reforçar os controles parentais para garantir que o público mais jovem não acesse algo inadequado. O serviço tem um modo infantil que limita bastante o conteúdo disponível, mas muitos pais gostariam de mais opções no futuro, como a possibilidade de bloquear filmes ou séries específicos, especialmente quando as crianças saem da faixa etária do Disney Junior.
Recursos assim já existem na Netflix, e Dana mencionou que a Disney está explorando maneiras de se adaptar a essas necessidades. “É claro que, conforme as crianças crescem, elas consomem conteúdo em várias plataformas”, disse ela.
“Elas estão nas redes sociais, jogando, e estão muito no YouTube. Temos uma parceria ótima com o YouTube, produzindo milhares de vídeos baseados em nossas séries, especialmente para lá. O Disney Junior, por exemplo, tem 22 milhões de inscritos”.
Ela explicou que o objetivo é manter as crianças engajadas, tanto no Disney+ quanto em outras plataformas onde elas gostam de estar. “Fazemos isso porque sabemos onde elas preferem consumir conteúdo, junto com o Disney+. Queremos mantê-las conectadas e continuar desenvolvendo histórias em plataformas importantes para criadores e crianças”, afirmou.
Dana também disse que a empresa está trabalhando em novas tecnologias para adaptar a forma como as crianças interagem com o conteúdo, embora não tenha anunciado nada específico ainda.
Mais iniciativas para o público infantil

À medida que as crianças crescem, elas também começam a assistir a esportes ao vivo, shows e filmes animados de grande sucesso, como Moana 2 e Divertida Mente 2. Dana apontou que esses conteúdos são populares e muitas vezes assistidos várias vezes.
“Olhando de forma ampla para o público infantil, sabemos que temos as histórias que eles gostam. Estamos trabalhando na tecnologia para permitir que eles se conectem com esse conteúdo da maneira que preferem”, disse ela.
No ano passado, o Disney+ lançou uma novidade chamada Disney Playtime, uma playlist curada que funciona como um canal ao vivo, repetindo shows do Disney Junior em loop. Quando perguntada sobre o sucesso dessa feature, Dana confirmou:
“Com certeza. O Disney Playtime tem dado muito certo porque os pais não precisam ficar escolhendo outro programa no fim de cada episódio — eles podem assistir Louie ou toda a nossa programação, e isso também ajuda a apresentar esse público jovem a várias franquias”.
Além disso, o Disney+ continua investindo em conteúdo infantil com séries populares e filmes que atraem famílias, mantendo o foco em histórias que conectam gerações.
A empresa também está atenta às mudanças no mercado, como o aumento do consumo em redes sociais, YouTube e outras plataformas, ajustando suas estratégias para acompanhar o jeito que as crianças consomem entretenimento hoje.
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Fonte: The Hollywood Reporter