Disney reconhece que perdeu o foco em seus filmes recentes

Disney-logo Disney reconhece que perdeu o foco em seus filmes recentes

A Disney, reconhecida por inúmeros sucessos de bilheteria, enfrentou recentemente um momento de introspecção. Após anos de glórias ininterruptas, marcadas por lançamentos que ultrapassaram a casa dos bilhões de dólares, a pandemia alterou significativamente o cenário. Cinemas fechados e novos hábitos de consumo abalaram profundamente o modelo de negócios da companhia. Mesmo com diversos lançamentos, os resultados foram inconsistentes, com o público mostrando menor interesse por novas animações e filmes da Marvel.

A empresa celebrou sucessos pontuais, como Avatar: O Caminho da Água e Homem-Aranha: Sem Volta para Casa (com a parceria Marvel/Sony), mas tais triunfos foram isolados em meio a um contexto desafiador. A comodidade de assistir em casa, a saturação de super-heróis e o cansaço de franquias são apenas algumas das razões para a dificuldade da Disney em reconquistar sua posição dominante no mercado.

Controvérsias políticas e decisões de conteúdo também afastaram uma parcela do público conservador, algo que a Disney busca agora atenuar. Em setembro, o CEO Bob Iger prometeu que a empresa vai “diminuir o barulho” na guerra cultural que tem colocado conservadores contra o conglomerado de mídia e entretenimento. 

Perda de foco

Comentários críticos sugerem que a “máquina de conteúdo” da Disney tem apresentado falhas, especialmente por inundar o serviço de streaming Disney+ em busca de assinantes, o que impactou a qualidade geral das produções.

Bob Iger, CEO da Disney, reconheceu esses desafios e delineou um plano de ação que envolve desacelerar o ritmo de lançamentos e escolher mais criteriosamente o conteúdo. Na recente conferência de resultados financeiros trimestrais, Iger reconheceu que o grande problema com os filmes mais recentes foi a perda de foco, e ressaltou a necessidade de focar menos na quantidade e mais na qualidade, prometendo uma lista de lançamentos que balanceie sequências fortes de títulos populares e conteúdo original inovador, começando com Wish: O Poder dos Desejos.

“No momento em que a pandemia chegou, estávamos inclinados a um enorme aumento no quanto produzíamos. E sempre achei que a quantidade pode ser negativa quando se trata de qualidade. E acho que foi exatamente isso que aconteceu. Perdemos um pouco de foco.”

Rumo a um novo capítulo

Apesar de terem saído obras notáveis dos estúdios da Disney nos últimos anos, é evidente que a Casa do Mickey não tem atingido com tanta frequência o padrão de qualidade pelo qual ficou famosa. A pressão para alimentar o Disney+ pode ter prejudicado a qualidade, particularmente visível no Universo Cinematográfico da Marvel.

Reconhecendo os problemas, a Disney começa um processo de reparo que pode levar anos, mas não é inédito na história centenária da companhia. Houve momentos em que a qualidade de filmes e programas declinou, e a empresa precisou se reajustar e retornar mais forte.

A promessa de uma Disney renovada, que prioriza a excelência em detrimento da quantidade, gera expectativas. A adaptação a novas realidades e a redescoberta do foco nos seus filmes são etapas que a companhia encara para não apenas reacender a magia, mas garantir que ela brilhe com o esplendor que o mundo espera da Disney.

Foto do autor

Luiz Junqueira

Luiz Junqueira é engenheiro da computação e escreve sobre entretenimento há mais de 12 anos, com um olhar analítico sobre filmes, séries e quadrinhos. Combina sua formação técnica com uma grande paixão pelo universo da cultura pop, se dedicando a trazer para os leitores artigos informativos e precisos.

Deixe um comentário