Disney+ pode deixar de existir em alguns países

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Desde o seu lançamento no final de 2019, o Disney+ expandiu-se para mais de 150 mercados globalmente, incluindo o Brasil em novembro de 2020. A plataforma experimentou um crescimento rápido, atingindo seu pico em 2022 com 164,2 milhões de assinantes, em grande parte impulsionado pelo seu lançamento pouco antes da pandemia e pelas pessoas ao redor do mundo que ficaram em casa. No entanto, o foco do CEO Bob Iger na lucratividade tem levado a uma mudança na estratégia da empresa, incluindo diversas medidas de redução de custos e aumentos de preços.

O principal executivo da Disney tem se concentrado em tornar a divisão de streaming lucrativa, resultando em mudanças como a redução de filmes e séries originais e a introdução de uma opção de assinatura mais barata com anúncios, por enquanto disponível apenas nos Estados Unidos e em breve no Canadá e Europa.

A Disney continua focada no lucro

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Bob Iger

Embora o Disney+ tenha buscado inicialmente uma expansão internacional extensa, parece que a empresa está agora reavaliando sua estratégia e dando prioridade a mercados que realmente contribuirão para a lucratividade.

Na última conferência para divulgação dos resultados financeiros, quando foi relatada a segunda perda consecutiva de assinantes, Bob Iger afirmou que a Disney está avaliando os mercados de forma diferente e investirá menos em programação local em algumas regiões, mas mantendo o serviço de streaming. Em outros mercados, porém, a Disney pode simplesmente deixar de operar.

“Na verdade, nós temos estado de olho em diversos mercados ao redor do mundo com o objetivo de priorizar aqueles que vão nos ajudar a transformar esse negócio em um negócio lucrativo”, explicou o CEO. O que isso basicamente significa é que há alguns mercados nos quais investiremos menos em programação local, mas ainda manteremos o serviço. Há alguns mercados nos quais talvez nem tenhamos um serviço. E há outros que consideraremos, vou chamar de mercados de alto potencial, nos quais investiremos significativamente em programação local, marketing e essencialmente conteúdo completo de serviço nesses mercados.”

“Basicamente, o que estou dizendo é que nem todos os mercados são iguais. E em termos da nossa busca pela lucratividade, uma das formas que acreditamos que vamos conseguir isso é criando prioridades internacionalmente.”

Essa mudança poderia levar a uma redução no número de produções originais de outros países, já que a Disney reavalia seus investimentos com base no potencial de lucratividade. Embora requisitos legais possam exigir algumas produções locais, pode haver resistência se o investimento necessário for muito alto.

Iger também deu a entender a possibilidade de reduzir os gastos com publicidade em certas regiões para reduzir custos e manter a operação da plataforma. Em casos extremos, a Disney poderia considerar a retirada do Disney+ de países onde opera com prejuízo, embora isso provavelmente seja um último recurso.

A recente introdução de uma assinatura com anúncios em países europeus e no Canadá reflete os esforços da Disney para melhorar a lucratividade. A empresa havia estabelecido a meta de tornar o Disney+ lucrativo até 2024, e as medidas atuais sugerem que a Disney está tomando medidas direcionadas para alcançar esse objetivo. No entanto, os dias de expansão internacional rápida e de conteúdo original extenso podem estar chegando ao fim, uma vez que a Disney concentra-se em manter um serviço de streaming lucrativo.

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Leo Carvalho

Leo Carvalho, jornalista de formação e nerd de coração, sempre atento às tendências do entretenimento, em especial filmes e séries da Marvel e Star Wars. Sua formação acadêmica em jornalismo e entusiasmo de fã lhe permitem escrever textos com insights, análises detalhadas e olhar crítico.

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