Disney patenteia IA que cria conteúdos a partir de suas memórias

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Sua visita ao Lugar Mais Feliz da Terra pode ser uma experiência bem diferente no futuro. Essa história parece ter saído diretamente de um roteiro de filme de ficção científica, mas a Disney acaba de registrar uma patente intitulada “AI Generated Creative Content Based On Shared Memories” (“Conteúdo Criativo Gerado por IA Baseado em Memórias Compartilhadas”). Este sistema promete transformar a forma como interagimos com conteúdos digitais, utilizando a inteligência artificial para criar experiências personalizadas e provocar emoções usando diretamente as memórias individuais dos usuários.

O coração desta inovação é uma plataforma de computação e uma estrutura de memória sofisticada que armazena características para um Personagem Interativo de Inteligência Artificial (AIIC). Utilizando um modelo de aprendizado de máquina treinado, o sistema será capaz de examinar memórias do usuário e transformá-las em conteúdo criativo como música, vídeo, poesia ou coreografia.

Como funciona?

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O processo começa com o AIIC, que pode ser um personagem digital, um brinquedo ou um robô, que coleta e armazena recordações de um usuário através de seu histórico de interações e fazendo perguntas para extrair memórias específicas. O sistema também pode coletar dados sobre relacionamentos que o usuário possa ter com diferentes pessoas ou coisas, como “gosta”, “ama”, “não gosta” e assim por diante. 

O modelo de aprendizado de máquina analisa essas memórias para identificar características emocionais e temas relevantes, que são então usados para criar uma composição criativa ajustada ao humor e às experiências passadas do usuário.

Este sistema não apenas entende o que o usuário sentiu em suas experiências passadas, mas também cria novas peças de conteúdo que são profundamente pessoais e emotivas. Por exemplo, se um usuário relembrar um dia feliz na praia, o AIIC pode criar uma música, um vídeo ou um poema que reflita a atmosfera e os sentimentos daquele dia.

A patente da Disney visa usar IA para criar músicas e conteúdos que possam “desencadear uma resposta emocional ou evocar memórias em um ouvinte”, observou a empresa. “No entanto, até agora, a música gerada por IA tinha apenas uma capacidade rudimentar de imitar música composta tradicionalmente e pode ser mais desanimadora do que agradável.”

Privacidade e segurança

A patente da Disney se propõe a usar IA generativa para criar música e conteúdo personalizados, mas também levanta a questão da privacidade de dados que os modelos de IA normalmente têm. 

Embora a patente aborde questões de privacidade, dizendo que seus bancos de dados de memória não reteriam informações de identificação pessoal, como idade, sexo ou raça, para funcionar como pretendido, ela precisa reter informações sobre as memórias de um usuário e fazer deduções sobre seus estados emocionais.

O principal grupo demográfico da Disney são as crianças, então é natural que isso levante preocupações adicionais com a privacidade.

É, sem dúvidas, um tema controverso, mas o registro da patente destaca que o sistema foi projetado para respeitar a privacidade do usuário. As memórias são processadas de maneira que características pessoalmente identificáveis são excluídas, garantindo que a interação seja privada.

Fonte: Patent Public Search

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Luiz Junqueira

Luiz Junqueira é engenheiro da computação e escreve sobre entretenimento há mais de 12 anos, com um olhar analítico sobre filmes, séries e quadrinhos. Combina sua formação técnica com uma grande paixão pelo universo da cultura pop, se dedicando a trazer para os leitores artigos informativos e precisos.

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