Recentemente, John Musker, diretor, produtor e roteirista de grandes filmes animados da Disney, como Planeta di Tesouro, O Caldeirão Mágico, Aladdin, A Pequena Sereia, Hércules, A Princesa e o Sapo e Moana, conversou com o El País durante a promoção de seu novo curta-metragem, I’m Hip, na Espanha. Na entrevista, ele compartilhou insights sobre a recepção de A Princesa e o Sapo e as críticas que ainda surgem sobre a franquia.
Durante o diálogo, Musker enfatizou a essência dos filmes clássicos da Disney, que primavam por envolver o público com os personagens e o enredo, mais do que transmitir uma mensagem direta.
“Não estávamos tentando ser politicamente corretos, embora eu entenda as críticas. Os filmes clássicos da Disney não foram criados inicialmente com a intenção de transmitir uma mensagem. Eles queriam que você se envolvesse com os personagens, a história e o mundo, e eu acredito que isso ainda seja o cerne de tudo. Você não precisa excluir agendas, mas primeiro precisa criar personagens com quem você simpatize e que sejam atraentes“, afirmou o diretor.
Musker também expressou reservas quanto ao remake em live-action de A Pequena Sereia, particularmente sobre a maneira como a relação pai-filha, que considera central para a história, foi retratada.
“Eles não enfatizaram a história de pai e filha, e esse foi o cerne do filme, de certa forma.”
A escolha de Halle Bailey para o papel de Ariel também foi um ponto de crítica por parte de alguns espectadores, marcando a produção como “politicamente correta”. No entanto, o filme arrecadou mais de 570 milhões de dólares em bilheteria e obteve um grande sucesso no Disney+.
Mudança de foco na Disney
O feedback negativo em relação ao conteúdo “politicamente correto” levou Bob Iger, CEO da Disney, a falar publicamente sobre a necessidade da empresa em priorizar a trama e os personagens em vez de mensagens diretas. Musker reiterou essa necessidade de correção.
“Acho que eles precisam fazer uma correção de rumo, colocando a mensagem em segundo plano, atrás do entretenimento, da história enconvincente e dos personagens envolventes“.
Parece que as mentes criativas da Disney concordam que o desafio é encontrar um equilíbrio entre diversidade e inclusão, elementos essenciais para criar entretenimento para uma audiência global, e a necessidade de focar na trama como prioridade para produzir filmes e séries mais atraentes para todos.