Cinderela acabou de ganhar uma versão restaurada em 4K no Disney+, mas agora o estúdio quer fazer o mesmo com outros clássicos. A equipe da Disney Animation decidiu pegar o arquivo original de 1950 para aplicar uma interpretação da finalização das cores baseada no que foi originalmente criado pelos animadores. A nova versão ganhou tanta aclamação que outros títulos importantes também vão ganhar um novo tratamento.
De acordo o veterano animador e diretor da Disney, Eric Goldberg, e o diretor de restauração do Walt Disney Studios, Kevin Schaeffer, o processo de restauração de Cinderela foi tão bem sucedido que eles esperam ter a chance de levar esse tratamento a outros filmes da biblioteca da Disney: Branca de Neve e os Sete Anões (1937), Fantasia (1940), Alice no País das Maravilhas (1951) e A Bela Adormecida (1959), sendo que no primeiro o trabalho já começou.
Falando com a Polygon, eles explicaram que, enquanto todos os restauradores anteriores tivessem as melhores intenções em mente, os resultados se afastavam cada vez mais das cores originais, já que eles se referiam sempre à última vez que havia sido feito. “Eles estão interpretando uma interpretação, às vezes de uma interpretação”, Schaeffer mencionou.
No entanto, desta vez, a equipe conseguiu acessar as cópias originais de 1950 de Cinderela da Disney na Biblioteca do Congresso dos Estados Unidos. Eles não estavam copiando uma cópia de uma cópia, mas sim voltando para onde tudo começou, realizando uma limpeza completa para eliminar sujeiras e minimizar quaisquer artefatos remanescentes.
Goldberg e Schaeffer explicam o que foi mudado em Cinderela
A dupla quis retomar a versão original com a intenção de honrar as cores pensadas originalmente para a animação. Para isso, eles descartaram os tratamentos feitos nos últimos 70 anos e mantiveram os tons naturais de Cinderela.
“Por muitos anos, a Cinderela não tinha as cores certas”, disse Goldberg. “Seu cabelo é loiro acinzentado e seu vestido é prateado. E, ao longo dos anos, vimos seu cabelo ficar da cor de queijo cheddar. Já vimos seu vestido ser azul forte. Já vimos todo tipo de coisa. Por isso, para mim e para Michael Giaimo, a primeira coisa que fizemos foi: ‘Vamos acertar o cabelo e o vestido’”.
“Nas versões anteriores, [a camiseta de Tatá] ficou amarelo mostarda. Mas, na verdade, é verde”, diz ele. “Nós o trouxemos de volta ao verde. Para nós [Goldberg e Giaimo], era muito, muito importante voltar ao que Mary Blair pretendia com toda a sua maravilhosa arte conceitual”.
“Giaimo era muito bom em trabalhar com as áreas escuras do filme e corrigi-las para que você pudesse ver uma escuridão contra outra escuridão contra outra escuridão, em vez de tudo se misturar e se tornar uma escuridão plana”, o animador completou. “E ele fez isso em várias cenas. Foi fantástico. Isso realmente deu a você a sensação de profundidade e iluminação que foi originalmente planejada”.
Cinderela já está disponível no Disney+ em versão restaurada e remasterizada em 4K.