Durante a produção de 101 Dálmatas, a Disney se inspirou em pessoas reais para vários dos personagens da animação, incluindo a icônica vilã, Cruella De Vil. A antagonista que queria pele de cachorros para fabricar casacos é uma das mais singulares do catálogo do estúdio, ganhando, inclusive, um spin-off em live-action completamente focado nela lançado em 2021, com Emma Stone e Emma Thompson. Contudo, as influências que contribuíram para a criação desta figura vieram muito antes disso, e podem ser encontradas no início do século XX.
Aparecendo pela primeira vez no livro 101 Dálmatas, escrito por Dodie Smith em 1956, Cruella De Vil é a vilã da animação da Disney de mesmo nome de 1961. Na história, ela sequestra filhotes de dálmata para usar seu pelo para fazer casacos de pele.
Ela contratou ladrões chamados Jasper e Horácio para roubar os cachorros de Pongo e Perdita. A personagem é conhecida por sua personalidade vaidosa, egocêntrica, egoísta, extravagante e sofre de mudanças de humor violentas.
A Disney se inspirou em figuras de Hollywood para o visual de Cruella
Várias pessoas inspiraram a criação de Cruella, mas talvez a maior influência tenha sido a atriz Tallulah Bankhead (Um Barco e Nove Destinos). A estrela era extremamente magra e fumava cerca de 120 cigarros por dia. Além disso, ela tinha as notórias sobrancelhas arqueadas, semelhantes às da vilã da Disney.
Mas as comparações entre Bankhead e Cruella não param por aí. De acordo com a biografia da atriz, escrita por David Bret em 2017, ela sofria de Transtorno da Personalidade Narcisista e chegou a ser banida de conventos por jogar tinta na Madre Superiora. De modo parecido, a antagonista de 101 Dálmatas também foi expulsa da escola quando foi pega bebendo tinta.
Contudo, outra figura do cinema também serviu de base para Cruella: Mary Wickes. Conhecida por papéis em filmes como Anjos Rebeldes e Mudança de Hábito, a atriz foi trazida aos estúdios da Disney para que os animadores usassem seus traços na criação da vilã.
Em sua biografia, Steve Taravella disse que “ela era alta, magra e tinha expressões exageradas; ela era muito flexível e podia facilmente contorcer seu corpo. Ela não tinha medo de fazer comédia física”.
Por isso, em 1959, Wickes trabalhou por duas semanas no estúdio da Disney, usando um vestido de cetim preto, uma peruca preta e branca e um casaco de pele. Os animadores gravaram suas imagens enquanto eles tocavam o diálogo por meio de um alto-falante, e Wickes fazia poses e uma performance exagerada, ajustando-se conforme as instruções da equipe.
Tanto 101 Dálmatas quanto Cruella estão disponíveis no catálogo do Disney+.