A lenda da Branca de Neve é uma das mais icônicas da literatura e do cinema. Em 1937, a Disney lançou Branca de Neve e os Sete Anões, um filme que se tornou um marco na história da animação. Em 2024, a Disney está prestes a reimaginar essa clássica fábula em live-action, e, como sempre acontece com essas reinterpretações, as mudanças anunciadas já estão gerando muitas discussões. Mas antes de falarmos das controvérsias do próximo filme, vamos comparar o clássico de 1937 com o conto original.
Origens da História
A história da Branca de Neve remonta a séculos atrás, mas a versão mais reconhecida é a dos irmãos Grimm, registrada no início do século 19. Esse conto alemão, por sua vez, já tinha raízes em histórias folclóricas europeias.
1. Tom da história
O tom do conto original dos Grimm é significativamente mais sombrio do que o apresentado pela Disney em 1937. A Disney optou por criar uma atmosfera mais alegre e mágica, apropriada para todas as idades, enquanto o conto original carrega uma sensação mais gótica e sinistra.
2. O início do enredo
No conto dos irmãos Grimm, a história começa com a verdadeira mãe de Branca de Neve desejando uma filha com pele branca como a neve, lábios vermelhos como o sangue, e cabelos pretos como ébano enquanto ela se pica com uma agulha ao costurar durante o inverno. No filme da Disney, essa origem é omitida, começando com a Rainha Má e seu espelho mágico.
3. A vilã
No clássico da Disney, a Rainha Má é a madrasta da Branca de Neve, obcecada por ser a mais bela de todas. A versão dos Grimm segue uma linha semelhante, mas a crueldade da Rainha é acentuada. Ela tenta matar Branca de Neve por três vezes: primeiro com um espartilho apertado, depois com uma escova envenenada e, finalmente, com a famosa maçã envenenada.
Apesar disso, o conto original também tem elementos de humor e aventura. Por exemplo, os anões são frequentemente retratados como sendo muito divertidos e travessos.
4. O resgate da Branca de Neve
No filme da Disney, o beijo do Príncipe desperta Branca de Neve. Já no conto original, o Príncipe, encantado com a beleza de Branca de Neve no caixão de cristal, decide levá-la consigo. Durante o transporte, um servo tropeça, fazendo com que o pedaço de maçã envenenada preso na garganta de Branca de Neve seja expelido, despertando-a.
É importante ressaltar que o Príncipe não é o único que vê a beleza de Branca de Neve. Os animais da floresta também ficam impressionados com ela, e até mesmo os anões, apesar de sua aparência rude, a consideram uma bela jovem.
5. O destino da Rainha Má
A Disney mostra a Rainha encontrando seu fim ao ser perseguida pelos sete anões e caindo de um penhasco após tentar esmagá-los com uma enorme pedra. No conto dos Grimm, o destino dela é mais punitivo: ela é forçada a dançar usando sapatos de ferro em brasa até cair morta. Portanto, a diferença é que o destino da Rainha Má na animação é mais rápido e menos violento.
6. Os 7 Anões
No filme da Disney, os sete anões são caracterizados com personalidades distintas e nomes descritivos como Dunga, Zangado e Soneca. No conto original, eles são figuras mais neutras, sem nomes ou traços distintos.
7. A idade da Branca de Neve
No conto original, Branca de Neve tem apenas sete anos quando os eventos da história começam. Este detalhe destaca a extrema crueldade da Rainha ao tentar matar uma criança por inveja. A versão da Disney envelhece Branca de Neve para uma jovem mulher, provavelmente para tornar o romance com o príncipe mais apropriado.
A evolução da história
Comparando a animação de 1937 com o conto dos irmãos Grimm, fica claro que a Disney fez mudanças significativas para adaptar a história a um público mais amplo e jovem. No entanto, essa não se trata da primeira nem da última vez que a história foi reinventada. O futuro remake de 2024, com Rachel Zegler e Gal Gadot, promete trazer novas interpretações, incluindo a controversa substituição dos anões por seres místicos.
O debate sobre se as adaptações devem permanecer fieis às suas origens ou se devem ser reinventadas para novas gerações é eterno. O que é indiscutível, no entanto, é o poder da narrativa da Branca de Neve de fascinar e encantar, independentemente de sua versão.
À medida que nos aproximamos da estreia do novo filme, os fãs têm uma excelente oportunidade de revisitar o clássico e o conto original, celebrando as muitas faces de uma das histórias mais amadas do mundo.
Sou mais a versão de “Branca de Neve e o caçador”. Ação do princípio ao fim.