A TSG Entertainment, produtora e empresa de financiamento de entretenimento que teria investido mais de US$ 3 bilhões em vários filmes da 20th Century Studios (anteriormente conhecida como 20th Century Fox), incluindo Avatar: O Caminho da Água, está acusando a Disney de usar artifícios contábeis para impedi-la de receber uma quantia significativa de dinheiro.
Em um processo aberto nesta terça-feira, a TSG alega que a Disney “tentou usar praticamente todos os truques do livro de contabilidade de Hollywood” para subtrair centenas de milhões de dólares de seus investimentos.
A ação afirma que a Disney se envolveu em “negócios próprios” ao desviar filmes da Fox de uma lucrativa licença da HBO para suas próprias plataformas Disney+ e Hulu, em uma tentativa de aumentar o número de assinantes. O processo também alega que a Fox fez “acordos vantajosos” ao licenciar esses filmes para o canal de TV FX.
A empresa financiadora afirma ter investido mais de US$ 3,3 bilhões em mais de 100 filmes, incluindo Bohemian Rhapsody: A História de Freddie Mercury (2018), Deadpool (2016), Planeta dos Macacos: O Confronto (2014), Perdido em Marte (2015), O Grande Hotel Budapeste (2014) e Os Banshees de Inisherin (2022).
“A Disney (e os executivos que a dirigem) tinham e continuam a ter todos os incentivos para fazer qualquer coisa e tudo o que puderem, incluindo manipular a distribuição dos Filmes Qualificados e impedir que a TSG liquide seus interesses em certas parcelas dos Filmes Qualificados, para tentar impulsionar o preço das ações da Disney em detrimento da TSG e de outros participantes nos lucros“, escreveu o advogado da TSG, John Berlinski, na reclamação.
O advogado é o mesmo que representou Scarlett Johansson no processo em que a atriz exigia pagamento adicional pelo lançamento de Viúva Negra (2021) no Disney+. Há muito mais no processo, mas a conclusão é que a Disney poderá enfrentar uma batalha legal muito custosa.
“Talvez de maneira mais flagrante, depois que a TSG informou a Fox de sua intenção de entrar com esta ação, a Fox e a Disney aproveitaram as próprias violações da RPA [Acordo de Participação em Receitas, na sigla em inglês] da Fox em uma tentativa de má-fé de encobrir sua má conduta“, adicionou Berlinski.
“Em 11 de agosto de 2023, a Fox enviou um e-mail para a TSG alegando que, porque já havia emitido o adiantamento da Fox, tinha o direito de invocar uma disposição da RPA que supostamente permitiria a recompra de todos os Filmes Qualificados lançados e extinguir as reivindicações legais da TSG de centenas de milhões de dólares.”