Funcionários do Hulu, serviço de streaming nos Estados Unidos controlado pela Disney, acreditam que a venda da plataforma é uma decisão possível de acontecer. Com o retorno de Bob Iger como CEO, o futuro da divisão passou a ser incerto, especialmente depois que o empresário não descartou a transferência da porcentagem do streaming para outro comprador. Até 2024, caso isso não seja concretizado, a multinacional pode ser obrigada contratualmente a comprar os 33% que atualmente pertencem à Comcast.
Embora o Hulu tenha tido muitos sucessos como O Urso, The Kardashians e Only Murders in the Building, alguns de seus programas originais não estão causando o impacto esperado e o número de assinantes apresentou pouco crescimento nos últimos anos.
Recentemente, Iger disse à CNBC que tudo está sendo considerado em relação ao futuro do serviço de streaming, observando que ele estava preocupado com o conteúdo que não recebe tanta atenção.
De acordo com o Financial Times, seus comentários não foram bem recebidos pelos funcionários do Hulu.
“Foi uma afronta”, disse um executivo. “A conclusão foi: ele está vendendo”.
Um ex-funcionário também disse: “O Hulu foi absorvido dentro do objeto de força contundente da Disney. É difícil entender que você não precisa de um serviço lucrativo com 50 milhões de assinaturas no mundo de hoje”.
A história do Hulu com a Disney
O Hulu está comemorando 15 anos este mês, o que é um marco significativo para qualquer plataforma de streaming, mas tem enfrentado adversidades desde a sua criação, pois nasceu sob o controle de muitos estúdios diferentes, com a Warner Brothers, Fox, Disney e Comcast tendo sido donos de partes da empresa em algum momento.
Ao longo dos anos, as coisas mudaram, pois cada empresa lançou seu próprio serviço de streaming, deixando o Hulu em uma posição estranha.
Quando a Disney comprou a 20th Century Fox em 2019, ela se tornou a proprietária majoritária, mas com o lançamento do Disney+ no mesmo ano, o foco mudou rapidamente para sua principal plataforma.
Recentemente, o Financial Times revelou uma proposta de alguns anos atrás de investimento na ordem de US$ 6 bilhões para lançar o Hulu no mundo todo, em vez de mantê-lo restrito aos Estados Unidos. A ideia partiu de Iger, que sempre exaltou o potencial da marca e planejou inserir muito conteúdo original para um lançamento internacional.
Contudo, ele mudou os planos no início de 2020 e, com Bob Chapek assumindo a presidência pouco tempo depois, o Star+ acabou se tornando o projeto escolhido para levar o conteúdo de entretenimento geral da Disney para a América Latina, enquanto o restante do mundo recebeu a aba Star dentro do Disney+.