Avatar: O Caminho das Águas têm recebido uma grande aprovação crítica e satisfação do público geral em relação à sua narrativa, que desenvolve os temas iniciados no filme de 2009. No entanto, algumas falhas ainda podem ser notadas na criação de mundo de James Cameron.
A premissa do povo Na’vi em Avatar
Em tudo o que foi mostrado sobre os Na’vi até agora, alguns fatos fundamentais podem ser estabelecidos sobre o povo e sua cultura. O primeiro é que eles são pacíficos, não só por não quererem lutar e participar de guerras, mas também porque são completamente desprovidos do tipo de avareza, ganância e desejo de poder que impulsionam a raça humana a construir impérios e organizações militares. Além da riqueza natural de Pandora, esso é um dos motivos pelos quais a RDA acredita que esse povo deve ser aniquilado.
Além disso, eles são uma espécie inteiramente conectada com o seu ecossistema. Em outras palavras, tudo o que eles fazem é baseado na harmonia – inclusive quando eles agradecem e pedem desculpas aos animais que eles matam para comer. Os Na’vi compartilham uma conexão quase coletiva com seu ambiente natural, com sua Árvore das Almas agindo como uma espécie de enorme servidor da comunidade.
Os guerreiros Na’vi
Apesar de sua pacificidade, os Na’vi têm treinamento avançado em artes da luta e conhecem estratégias de guerra. Em sua batalha com a RDA, por exemplo, é evidente que eles estão familiarizados com as práticas e estratégias em torno de manobras de cavalaria e combate aéreo.
Além disso, os Na’vi estão armados, sabem pilotar criaturas voadoras e cavalos espaciais, e, em um confronto, todos os indivíduos fisicamente aptos da sociedade estão mais do que prontos para lutar, e os membros de sua tribo mais respeitados são seus guerreiros mais corajosos.
Dessa forma, toda a sua organização social faz pouco sentido em Avatar e Avatar 2. Se os Na’vi são tão comedidos, por que eles valorizam a habilidade de lutar de seus membros? Somente uma resposta parece plausível: eles combatem outras tribos.
Isso pode ser concluído a partir de sua tensão com outro grupo: os Metkayina. Mesmo assim, não há uma motivação pela qual a rivalidade seria criada, já que os recursos do planeta são abundantes e vastos. Por isso, a falha na criação desse universo é demonstrada pela inabilidade de Cameron em desvencilhar os Na’vi com a cultura humana, indicando um aprofundamento superficial dos povos indígenas nos quais as tribos de Pandora foram inspiradas.
