Após ter tido muito êxito com Branca de Neve e os Sete Anões, por que a Disney demorou 13 anos para criar sua próxima princesa? O filme, que foi um pioneiro no cinema como o primeiro longa de animação, ganhando inclusive um Oscar honorário pelo feito, é inspirado no conto de fadas alemão dos Irmãos Grimm. Estreando em 1937, ele também trouxe a primeira princesa do estúdio, que seria parte de um dos grupos mais icônicos da cultura.
Depois de Branca de Neve e os Sete Anões, o estúdio continuou trabalhando a todo vapor, lançando filmes como Pinóquio (1940), Fantasia (1940), Dumbo (1941), Bambi (1942), e outros que fizeram menos sucesso do que o esperado. Foi só em 1950 que o Walt Disney voltou a sua fórmula de sucessos com Cinderela, trazendo sua segunda princesa somente 13 anos mais tarde.
O que pouca gente sabe, no entanto, é que até os filmes mais conhecidos, como os clássicos que estão ganhando remakes em live-action, não atingiram o mesmo nível de popularidade em sua época.
Os efeitos da guerra
Embora Walt Disney soubesse que os filmes de princesa tinham mais chances de atingir um resultado favorável, a mudança de foco em suas produções aconteceu por um motivo muito relevante naquele período: a Segunda Guerra Mundial.
Com o estúdio sofrendo os impactos do grande evento, a Disney teve que repensar o conteúdo a partir dos interesses públicos da nação, após os Estados Unidos entrarem na guerra em 1941.
O livro Disney Princess: Beyond the Tiara explica como o exército dos EUA tomou parte dos estúdios da Disney, em Burbank, e todos no estúdio, incluindo os animadores, se juntaram aos esforços do governo norte-americano. Eles usaram suas habilidades para criar filmes de treinamento militar, curtas educacionais e até insígnias.
Capa do livro Disney Princess: Beyond the Tiara
Depois dos conflitos políticos, a empresa estava com uma dívida de US$ 4 milhões e à beira da falência quando Walt decidiu arriscar tudo em seu próximo conto de fadas.
“Todas as coisas que Walt tentou por sete anos não deram certo por um motivo ou outro, e ele teve que voltar para algo que era tão infalível quanto ele poderia fazer: algo como Branca de Neve – uma linda jovem em apuros, um conto de fadas – e que fosse popular”, disse o animador Frank Thomas no livro.
Felizmente, Cinderela veio para salvar o estúdio e, como esperado, foi um sucesso com o público, sendo homenageada até os dias de hoje com o seu castelo servindo como o principal ícone da Disney.
Branca de Neve e os Sete Anões, Cinderela e todos os filmes citados neste artigo estão disponíveis no Disney+.
