Simu Liu fala sobre frustração após estrear como herói da Marvel

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Quando Shang-Chi e a Lenda dos Dez Anéis chegou aos cinemas, em 2021, a expectativa era de que o filme marcasse um ponto de virada na carreira de Simu Liu. O longa apresentou um herói inédito no MCU, teve boa recepção do público e ganhou destaque por ampliar a diversidade dentro da Marvel Studios.

Quatro anos depois, o ator olha para aquele momento com mais distanciamento e sinceridade. Em uma nova entrevista, Liu comentou abertamente sobre o que mudou, ou deixou de mudar, desde sua estreia como protagonista de um filme da Marvel.

O relato chama atenção por fugir do discurso triunfalista e por tocar em questões estruturais da indústria, especialmente quando o assunto é representação asiática em Hollywood.

Um pós-Shang-Chi diferente do esperado

Antes de entrar no MCU, Simu Liu era mais conhecido pelo trabalho na série Kim’s Convenience. Após viver Shang-Chi, ele passou a integrar produções de grande visibilidade, como Barbie, Atlas e Last Breath.

Ainda assim, o ator destaca que esses convites vieram, na maioria das vezes, para papéis coadjuvantes. Seu próximo projeto como protagonista será a série The Copenhagen Test, do Peacock, que marca, segundo ele, seu primeiro papel principal desde Shang-Chi.

Em entrevista ao The Hollywood Reporter, Liu foi direto ao falar sobre a frustração com a escassez de oportunidades de liderança. “Eu achava que aquele momento abriria mais portas. Foi surpreendente como poucos papéis principais surgiram depois.”

“Vai ser mais difícil para você”

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Questionado sobre o que gostaria de ter sabido antes de estrelar Shang-Chi, o ator respondeu sem rodeios.

“Eu gostaria de saber que isso é uma maratona e que o sucesso é definido pela longevidade, não pelo tamanho de um único momento. E, com a ressalva de que vai ser muito mais difícil para você do que seria se você fosse branco.”

Liu afirmou que, observando outras carreiras de perto, ficou evidente como o sistema facilita a continuidade de certos atores após um grande sucesso. “Para alguns, depois do primeiro momento, tudo fica mais fácil. Isso não aconteceu comigo.”

Segundo ele, os projetos que chegam até hoje nem sempre parecem ser os melhores possíveis. Mesmo grato por continuar trabalhando, o ator admite sentir que enfrenta uma subida constante.

O impacto da pandemia e o rótulo de “experimento”

Outro ponto levantado por Simu Liu foi o contexto complicado do lançamento de Shang-Chi. O filme chegou aos cinemas durante a pandemia, quando salas ainda operavam com restrições severas.

Na época, estimativas de bilheteria eram baixas, e o próprio então CEO da Disney, Bob Chapek, chegou a se referir ao lançamento como um “experimento” em chamadas com investidores. Para Liu, esse rótulo pesou.

“Havia muita incerteza. A indústria é obcecada por números e projeções, e as nossas eram baixíssimas.” Ainda assim, o filme conseguiu um desempenho sólido dentro daquele cenário atípico.

O ator fez questão de frisar que não atribui o sucesso do longa apenas a si mesmo. “Era um filme da Marvel, mas com um herói desconhecido e uma história isolada. Não era uma aposta óbvia.”

Relação com a Marvel

Apesar de tudo, Simu Liu mantém uma relação positiva com a Marvel Studios. Ele já confirmou retorno em Vingadores: Doutor Destino, embora reconheça que Shang-Chi não parece estar entre as prioridades imediatas do estúdio.

“Eles ligam quando ligam. A gente conversa e resolve.” Quatro anos após a estreia do filme, ele diz se orgulhar do que foi feito e lembra que o público ainda demonstra carinho pelo personagem diariamente.

Rumores antigos indicavam uma sequência intitulada Shang-Chi and the Wreckage of Time, mas o projeto perdeu força quando o diretor Destin Daniel Cretton assumiu outros compromissos dentro do estúdio, incluindo o projeto anterior de Vingadores: A Dinastia Kang e, mais recentemente, Homem-Aranha: Um Novo Dia.

Enquanto isso, Liu segue refletindo sobre o próprio caminho. Para ele, a maior lição foi entender o quanto a validação externa pode afetar a autoestima e como é preciso aprender a seguir em frente, mesmo quando o sucesso não gera os frutos esperados.

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