Como um remake live-action de Branca de Neve se tornou tão controverso? Bem, esse é o clima da cultura cinematográfica em 2025. O novo filme da Disney, com Rachel Zegler no papel principal e Gal Gadot como a Rainha Má, está enfrentando uma tempestade de discussões, mesmo antes de chegar aos cinemas.
Apesar de ser um projeto com potencial para atrair multidões, a Disney parece estar mantendo distância, quase como se quisesse apenas lançar o filme e seguir em frente, como se fosse uma obrigação, segundo uma reportagem recente do The Hollywood Reporter.
Nos últimos anos, a empresa teve sucessos com remakes como A Bela e a Fera, A Pequena Sereia, Aladdin e O Rei Leão, que arrecadaram bilhões ao redor do mundo, mas o caso de Branca de Neve parece diferente.
A produção está marcada para estrear nos cinemas brasileiros em 20 de março, mas o clima em volta dela não é exatamente tranquilo. A Disney, que já enfrentou críticas e pressões online no passado, parece estar lidando com esse lançamento com cautela, talvez por medo de reacender debates que já estão rolando há dois anos.
Esse cenário mostra como o filme, que poderia ser mais um sucesso da leva de remakes live-action, está sendo tratado de uma maneira bem reservada. A boa notícia é que a primeira exibição em Los Angeles rendeu muitos elogios dos críticos presentes.
Menos exposição para Rachel Zegler e Gal Gadot
Até a première de Branca de Neve, que aconteceu em Los Angeles no dia 15 de março, a Disney decidiu reduzir a presença da imprensa. A ideia foi limitar o acesso de jornalistas para evitar perguntas sobre questões políticas que poderiam gerar mais polêmica.
Tanto Rachel Zegler quanto Gal Gadot já falaram publicamente sobre o conflito internacional envolvendo Palestina e Israel, o que adicionou uma camada de tensão em torno do filme.
Esse movimento da Disney reflete uma estratégia cautelosa. A preocupação é que perguntas sobre política possam trazer mais atenção negativa, especialmente depois de dois anos de debates online.
As controvérsias começaram com comentários de Zegler sobre o clássico animado de 1937, que ela chamou de “muito antiquado” em relação ao papel das mulheres, e sobre o príncipe, que, segundo ela, “persegue” Branca de Neve. Isso, somado a críticas sobre sua origem colombiana no papel principal, alimentou discussões nas redes sociais.
Pressões e polêmicas que marcaram Branca de Neve
O filme acabou se tornando alvo de uma série de discussões por causa de decisões da Disney e reações online. Rachel Zegler enfrentou críticas depois de expressar sua desaprovação ao presidente Donald Trump e seus apoiadores em 2024, escrevendo no Instagram: “Que os apoiadores de Trump, os eleitores de Trump e o próprio Trump nunca conheçam paz”.
Esse comentário gerou mais reações, especialmente de quem já questionava sua escalação como Branca de Neve. Por outro lado, a Disney parece estar tentando evitar qualquer tipo de confronto, algo que já aconteceu em outros projetos.
Por exemplo, a produção de Capitão América: Admirável Mundo Novo passou por mudanças para evitar comentários que pudessem desagradar, e o estúdio também enfrentou pressões em outros casos, como o cancelamento de The Acolyte e declarações do CEO Bob Iger sobre As Marvels, que precisaria de mais supervisão após seu fraco desempenho nas bilheterias.
Esses episódios mostram como a empresa tem lidado com reações conservadoras online, o que parece influenciar a forma como Branca de Neve está sendo lançado.
O que está por trás da estratégia da Disney
A Disney parece estar preocupada com o impacto das redes sociais, especialmente com usuários que criticaram Branca de Neve desde o anúncio do elenco.
Muitos desses comentários vieram de quem achava que uma atriz de origem colombiana não deveria interpretar Branca de Neve, uma personagem tradicionalmente associada a traços específicos. Isso, somado às declarações de Zegler, criou um ambiente de tensão que a empresa parece querer evitar ao reduzir a exposição do filme.
Um exibidor citado pelo The Hollywood Reporter mencionou que a estratégia de lançamento, com vendas antecipadas começando apenas duas semanas antes da estreia, dá a impressão de que a Disney não tem confiança no projeto.
A empresa parece estar apenas tentando passar por essa fase, sem investir tanto em divulgação, talvez por medo de reacender as discussões que já circulam há tempos. Isso contrasta com o potencial de Branca de Neve como mais um filme familiar em um mercado que não tem tantas opções desse tipo, mas o clima em volta do lançamento é bem diferente do que se viu em outros remakes live-action.
Branca de Neve chega aos cinemas brasileiros em 20 de março, com toda essa bagagem de debates e decisões da Disney. O filme, que segue o estilo dos remakes live-action anteriores, está sendo lançado em um momento em que a empresa parece mais focada em evitar polêmicas do que em destacar o projeto.