Atores com nanismo criticam Anões em CGI no live-action Branca de Neve: “É discriminação”

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O live-action de Branca de Neve, que estreia no Brasil em 20 de março, continua gerando polêmica. Uma das decisões mais discutidas foi a substituição dos sete anões por personagens gerados por computação gráfica, e agora isso gerou críticas de atores com nanismo, que veem essa mudança como um impacto negativo para suas carreiras.

Atores com nanismo criticam ausência de representatividade

Choon Tan, ator e fisiculturista de 31 anos, que tem nanismo, afirmou ao Daily Mail que a escolha da Disney é “absurda e discriminatória”. Segundo ele, essa decisão reduz ainda mais as oportunidades para atores com nanismo, já que papéis como esses são raros.

“A Disney está tentando ser politicamente correta, mas, ao fazer isso, está prejudicando nossas carreiras e oportunidades,” disse Choon. “Não há nada de errado em escalar alguém com nanismo para interpretar um anão. Desde que sejamos tratados com respeito e igualdade, geralmente ficamos felizes em atuar nesses papéis.”

Ele também destacou a importância da representatividade, ressaltando que essas atuações permitem que crianças vejam pessoas com nanismo na mídia, algo que pode contribuir para a inclusão.

“Eles não usariam CGI para personagens altos”

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Choon, que já atuou como anão em produções de Branca de Neve no Reino Unido, disse estar frustrado com a decisão da Disney. Ele acredita que a substituição pode abrir um precedente negativo, tornando ainda mais difícil para atores com nanismo conseguirem trabalho.

“Eles não usariam CGI para um personagem alto, então por que fazem isso conosco?” questionou o ator. “Essa decisão pode criar um efeito cascata e dificultar ainda mais nossas chances de atuar.”

Blake Johnston, ator australiano de 42 anos, também criticou a mudança, classificando-a como “bastante estúpida”. Ele afirmou que há muitos atores com nanismo buscando oportunidades como essa e que a Disney cedeu à pressão da correção política, o que, segundo ele, acabou prejudicando os próprios profissionais.

“Sempre sonhei em interpretar o Dunga. Ele é um dos personagens mais amados. Essa decisão da Disney tirou uma grande oportunidade de nós,” lamentou Blake.

Disney defende mudanças no filme

A substituição dos anões por criaturas mágicas aconteceu após comentários do ator Peter Dinklage, que criticou o conceito original do filme. Em 2022, o astro de Game of Thrones chamou a história de Branca de Neve e os Sete Anões de “retrógrada” e disse que Hollywood ainda perpetua estereótipos sobre pessoas com nanismo.

Diante disso, a Disney anunciou que estava repensando a abordagem dos sete personagens para “evitar reforçar estereótipos”. A empresa afirmou ter consultado membros da comunidade com nanismo antes de tomar essa decisão.

Estreia de Branca de Neve tem evento discreto

A première do filme também seguiu um formato reduzido. Em vez de um evento grandioso em Londres, a Disney optou por realizar a estreia em um castelo na Espanha, longe do tradicional circuito de tapetes vermelhos.

Rachel Zegler, que interpreta a protagonista, subiu ao palco para cantar Waiting On A Wish, música original do filme, diante de um público seleto. O evento aconteceu no Alcázar de Segóvia, castelo que inspirou o visual do palácio da Rainha Má no clássico animado de 1937.

A Disney explicou que a decisão de evitar uma grande cobertura midiática foi tomada para manter o evento “mais familiar e alinhado com o tom do filme”.

Expectativa para a bilheteria

O remake de Branca de Neve estreia em um cenário de controvérsias, e ainda é incerto qual será seu impacto nas bilheteiras. A mudança nos personagens, aliada a declarações polêmicas da protagonista sobre o filme original, resultou em uma recepção mista do público antes mesmo do lançamento.

Ainda assim, o filme chega aos cinemas no dia 20 de março de 2025, trazendo um novo olhar sobre o conto clássico, com Gal Gadot como a Rainha Má e direção de Marc Webb.

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