A Disney enfrenta desafios significativos no que diz respeito à recepção de seus remakes em live-action e sequências de suas franquias. Com um desempenho abaixo do esperado nas bilheterias, a gigante do entretenimento promoveu mudanças importantes em sua liderança, buscando revitalizar sua abordagem na produção de novos filmes.
Recentemente, foi anunciada uma mudança na liderança do setor de cinema da Disney. Sean Bailey, que esteve à frente da divisão de filmes em live-action da Disney por mais de quinze anos, foi substituído por David Greenbaum, ex-presidente da Searchlight Pictures.
Durante seu mandato, Bailey esteve por trás de sucessos como Aladdin, Alice no País das Maravilhas, Mogli: O Menino Lobo, Malévola, A Bela e a Fera, e O Rei Leão. No entanto, a estratégia de explorar o catálogo de clássicos animados da Disney gerou resultados mistos, com performances consideradas insatisfatórias em filmes como A Pequena Sereia (2023), Dumbo (2019), além de projetos direcionados exclusivamente para o Disney+, como Peter Pan & Wendy (2023) e Pinóquio (2022).
Sob a nova liderança de Greenbaum, a Disney busca refinar sua estratégia de produção, colocando em cheque a necessidade e relevância de cada novo projeto. “Esse filme precisa existir?” é a pergunta fundamental que Greenbaum faz sobre qualquer novo projeto.
Greenbaum já contribuiu para a produção de filmes de grande sucesso e reconhecimento, como A Forma da Água, 12 Anos de Escravidão, e Quem Quer Ser um Milionário?.
Adicionalmente, o CEO da Disney, Bob Iger, revelou recentemente que alguns projetos foram discretamente cancelados como parte desse esforço de melhorar a qualidade dos lançamentos da empresa. Matamos alguns projetos, que simplesmente não sentíamos que eram fortes o suficiente,” declarou Iger, evidenciando uma postura mais criteriosa na seleção de futuros filmes.
O futuro incerto do live-action de Bambi
Entre os projetos afetados por essa nova direção estratégica está a versão live-action de Bambi. Inicialmente, Sarah Polley estava confirmada como diretora do filme, trazendo consigo a experiência de ter ganhado um Oscar pelo roteiro de Entre Mulheres.
No entanto, com as recentes declarações de Iger e a nova abordagem sob a liderança de Greenbaum, o futuro do projeto permanece incerto, levantando questionamentos sobre a viabilidade e necessidade, na nova visão da Disney, dessa adaptação.
Antes disso, a última atualização do projeto de Bambi em live-action veio da roteirista Lindsey Anderson Beer, que sugeriu uma leitura diferenciada para o remake, visando abordar preocupações do mundo de hoje e adaptar a história ao público atual.
“O que é interessante em Bambi para mim é que ele é realmente um clássico e é um belo poema de amor, tem muita arte nele,” disse a roteirista. “Eu acho que há toda uma geração de crianças que nunca viram o original e isso é muito diferente de, por exemplo, A Pequena Sereia ou Aladdin ou os filmes do auge dos anos 90 que eles já definitivamente viram. Não posso te dizer quantas crianças já vi que nunca assistiram Bambi, o que é uma pena.”
Enquanto a Disney navega por essas mudanças estratégicas, a empresa continua a desenvolver outros remakes em live-action, incluindo Lilo & Stitch, uma pré-sequência de O Rei Leão, além de projetos futuros como Moana e Branca de Neve, com este último adiado para 2025.
Projetos como Hércules, Aristogatas, Robin Hood, e A Espada Era a Lei, juntamente com sequências de Aladdin, Malévola, e Cruella, também estão nos planos, indicando que, apesar dos desafios, a Disney busca um equilíbrio entre investir em sucessos do passado e inovar para o futuro.