YouTube vai reativar contas banidas por desinformação sobre eleições e COVID

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O YouTube vai permitir que criadores de conteúdo, antes banidos por políticas já aposentadas da plataforma, possam voltar a publicar. Entre os casos estão canais removidos por espalhar informações supostamente falsas sobre a eleição presidencial dos EUA em 2020 e sobre a pandemia de COVID-19.

A decisão veio à tona em uma carta da Alphabet, empresa-mãe do YouTube e do Google, enviada ao Comitê Judiciário da Câmara dos Deputados dos EUA, presidido por Jim Jordan (Partido Republicano, Ohio).

Como será o retorno dos criadores

O documento, assinado pelo advogado Daniel Donovan, do escritório King & Spalding, confirmou que o YouTube vai abrir espaço para que canais bloqueados por violações dessas antigas políticas possam voltar.

“As Diretrizes da Comunidade do YouTube agora permitem uma variedade maior de conteúdos sobre COVID-19 e integridade eleitoral. Refletindo o compromisso da empresa com a liberdade de expressão, o YouTube dará oportunidade para que todos os criadores retornem à plataforma caso tenham sido removidos por violações repetidas de políticas que não estão mais em vigor.”

O texto também destacou o papel de criadores conservadores no debate público.

“O YouTube valoriza as vozes conservadoras em sua plataforma e reconhece que esses criadores têm grande alcance e cumprem um papel importante no discurso cívico.”

Em uma publicação no X, a plataforma explicou:

“Recebemos muitas perguntas sobre um caminho de volta ao YouTube para alguns criadores que tiveram canais encerrados. Isso será um projeto piloto limitado, disponível para um grupo específico de criadores, além dos que foram removidos por políticas que já foram descontinuadas.”

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O programa deve começar oficialmente nas próximas semanas e incluirá usuários afetados também por outras regras já retiradas.

Relação com pressões políticas

Na carta, o advogado da Alphabet afirmou que membros do governo Biden pressionaram a empresa a remover conteúdos relacionados à COVID-19 que não violavam as políticas do YouTube na época.

“Enquanto as plataformas online, incluindo a Alphabet, lidavam com essas decisões, os representantes do governo, incluindo o presidente Biden, criaram uma atmosfera política que buscava influenciar as ações das empresas com base em suas preocupações sobre desinformação. É inaceitável que qualquer governo tente ditar como a empresa modera conteúdo.”

Ainda segundo a carta, a Alphabet se manteve firme na defesa da Primeira Emenda da Constituição dos EUA, que protege a liberdade de expressão.

Políticas já modificadas pelo YouTube

Em junho de 2023, a plataforma havia suspendido a regra que removia vídeos alegando fraude nas eleições presidenciais de 2020 e de outros pleitos passados.

No fim de 2024, a política específica sobre desinformação de COVID-19 foi totalmente desativada. A partir daí, os conteúdos relacionados passaram a ser analisados dentro de um quadro mais amplo de informações médicas, que também cobre doenças como gripe e sarampo.

Desde outubro de 2020, o YouTube já proibia vídeos com alegações sobre vacinas ou tratamentos da COVID que contradissessem orientações oficiais de autoridades de saúde.

“Independentemente do clima político, o YouTube continuará permitindo a livre expressão em sua plataforma, especialmente em temas de debate político. O debate político e a discussão são de interesse público.”

A carta reforçou ainda que o YouTube não tem um programa próprio de checagem de fatos, embora já tenha usado painéis com verificações em parceria com entidades externas.

Por fim, a Alphabet agradeceu a atuação do Comitê Judiciário da Câmara no tema, ressaltando que o compromisso da empresa com a liberdade de expressão não cede a pressões políticas.

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