O YouTube anunciou que, pela primeira vez nos Estados Unidos, a maioria das visualizações acontece em TVs, superando os acessos via celular. A mudança reflete um esforço da plataforma para expandir sua presença nas salas das casas, tornando-se uma alternativa cada vez mais forte à TV tradicional.
De acordo com o CEO do YouTube, Neal Mohan, os usuários nos EUA assistem a mais de 1 bilhão de horas de conteúdo somando todas as telas, mas agora os televisores lideram esse consumo.
O executivo compartilhou essa e outras informações em sua carta anual à comunidade do YouTube, divulgada às vésperas do 20º aniversário da plataforma.
YouTube e a evolução da TV
O YouTube foi lançado em 14 de fevereiro de 2005 e entrou no ar em dezembro do mesmo ano. Em 2006, foi adquirido pelo Google por US$ 1,65 bilhão em ações.
Desde então, passou por diversas transformações, tornando-se uma plataforma que vai muito além de vídeos amadores gravados em webcams.
“Em duas décadas, o YouTube transformou a cultura por meio do vídeo e criou uma economia criativa próspera. Hoje, os criadores evoluíram de vídeos caseiros em computadores para estúdios profissionais, talk shows e até longas-metragens”, afirmou Mohan.
Nos últimos dois anos, o YouTube liderou a participação de mercado nos Estados Unidos, segundo o relatório mensal da Nielsen, The Gauge. Porém, segundo Mohan, a forma como o público consome conteúdo na plataforma é diferente da TV convencional.
“A nova televisão não se parece com a antiga. Ela é interativa e inclui Shorts (sim, as pessoas assistem a eles na TV), podcasts e transmissões ao vivo, além dos esportes, sitcoms e talk shows que o público já acompanha”, explicou o executivo.
Os planos do YouTube para 2025
O YouTube tem quatro grandes áreas de foco para este ano: relevância cultural, fortalecimento da comunidade de criadores, crescimento no ambiente de TV e uso da inteligência artificial.
A IA tem sido uma peça importante na evolução da plataforma, principalmente na adaptação de conteúdos para diferentes idiomas.
Segundo Mohan, “mais de 40% do tempo total de exibição de vídeos dublados vem de usuários que escolhem ouvir o conteúdo em um idioma diferente do original”.
Outro ponto em destaque é a expansão do projeto-piloto com a CAA (Creative Artists Agency), uma das maiores e mais influentes agências de talentos do mundo, que busca melhorar a identificação e gerenciamento de conteúdos gerados por IA que utilizam a imagem de pessoas reais.
Além disso, o YouTube planeja usar aprendizado de máquina para estimar a idade dos usuários, garantindo recomendações de conteúdo adequadas e maior proteção para o público jovem.
Além das novidades, Mohan relembrou alguns números já divulgados anteriormente. No dia da eleição nos Estados Unidos, 45 milhões de usuários assistiram a conteúdos políticos na plataforma.
Outro estudo, realizado pela Edison Research no ano passado, apontou que o YouTube se tornou o meio preferido para consumo de podcasts, com base no tempo total de visualização.
Com o aumento da audiência nas TVs e investimentos em inteligência artificial, a plataforma segue ampliando sua influência no mercado de entretenimento digital.
Fonte: Deadline