‘Uma Sexta-Feira Mais Louca Ainda’ corrige estereótipos ofensivos do primeiro original

Uma-Sexta-feira-Mais-Louca-Ainda-Disney 'Uma Sexta-Feira Mais Louca Ainda' corrige estereótipos ofensivos do primeiro original

Com estreia marcada para 7 de agosto nos cinemas do Brasil, Uma Sexta-Feira Mais Louca Ainda, sequência do sucesso de 2003, chega com a proposta de atualizar o visual e o contexto da história, além de rever pontos que hoje são vistos de forma mais crítica.

A diretora Nisha Ganatra comentou em entrevista à Entertainment Weekly que um dos seus primeiros objetivos ao assumir o projeto foi lidar com os estereótipos presentes na versão anterior.

“Lembro de assistir ao filme e ficar dividida, principalmente pela representação asiática e pela trilha sonora usada,” disse Ganatra. “Foi algo que eu trouxe logo nos primeiros encontros com os produtores. Teve um momento da apresentação em que destaquei: ‘representação asiática problemática!’”

A cena do biscoito da sorte

No filme original, Tess (Jamie Lee Curtis) e Anna (Lindsay Lohan) trocam de corpo depois de uma discussão em um restaurante chinês. A briga é ouvida pela dona do local, Pei-Pei (Rosalind Chao), e por sua mãe (Lucille Soong), que oferecem a elas um biscoito da sorte encantado.

Sexta-Feira-Muito-Louca-Biscoito-da-Sorte 'Uma Sexta-Feira Mais Louca Ainda' corrige estereótipos ofensivos do primeiro original

A sequência acabou se tornando uma das mais lembradas do filme, mas também é apontada como exemplo de estereótipos culturais usados de forma superficial.

Nisha Ganatra, que tem descendência asiática, explicou que embora o filme de 2003 não tenha tido má intenção, certas escolhas não envelheceram bem. “Era uma época diferente, mas é algo que existe e tem efeito,” comentou.

Ela decidiu trazer de volta as atrizes Chao e Soong para reprisarem seus papéis, desta vez com um novo contexto dentro da história.

Elenco também teve preocupações

Manny Jacinto, que interpreta Eric, o noivo de Anna na continuação, contou que também teve dúvidas antes de aceitar o papel. Segundo ele, a forma como personagens asiáticos foram retratados no filme original era algo que ainda o incomodava.

“O original não envelheceu bem nesse aspecto,” disse Jacinto. “Mas ao conversar com a Nisha e outras pessoas próximas, percebi que tínhamos alguém no comando que sabia bem o que estava fazendo com essas questões.”

“Me senti muito bem amparado,” completou.

Outros filmes da Disney que passaram por revisões culturais nos últimos anos

Nos últimos anos, a Disney tem revisado diversos títulos do seu catálogo de olho nas discussões sobre representações culturais. Um exemplo claro disso foi a inclusão de avisos de conteúdo no Disney+, alertando para estereótipos presentes em produções antigas como Dumbo, Peter Pan e Os Aristogatas.

Esses avisos, embora tenham sido reduzidos em fevereiro de 2025, reconhecem que certos elementos refletem visões ultrapassadas e oferecem contexto histórico para o público atual.

Filmes como Aladdin (1992) também passaram por reavaliações. A versão em live-action lançada em 2019 contou com mudanças no roteiro e ajustes nos personagens para evitar generalizações culturais que foram criticadas na animação original.

Outro caso recente é Mogli: O Menino Lobo, que teve releituras mais cuidadosas tanto na animação de 2016 quanto nas apresentações em seus parques temáticos, com foco em tornar as referências mais respeitosas às culturas retratadas.

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