Um dos maiores sucessos do Disney+ foi a estreia de The Mandalorian, o seriado baseado no universo Star Wars que chegou em novembro de 2019 nos Estados Unidos. A série já está em sua segunda temporada e a terceira já foi confirmada pela Lucasfilm. Um dos principais pontos de The Mandalorian que chamou a atenção dos fãs foi a qualidade de suas cenas, algo que pode ser atribuído a uma tecnologia “antiga”, mas nova. A mesma foi produzida em parceria da ILM (Industrial Light & Magic) e da Epic Games, uma das maiores empresas do ramo de games do mundo. As empresas contaram ainda com a colaboração de algumas empresas famosas do ramo de games, como a Fuse, Lux Machina, Profile Studios, NVIDIA e ARRI.
O conglomerado de empresas trabalhou junto com Jon Favreau para trazer The Mandalorian à vida. A nova produção virtual permite aos cineastas capturar uma grande quantidade de efeitos visuais com a câmera, usando uma tecnologia em tempo real vista em games, além de telas com LED para representar paisagens dinâmicas, digitais e incrivelmente realistas. A tecnologia permite também criar sets com uma flexibilidade nunca antes imaginada.
Aproximadamente 50% das filmagens de The Mandalorian na primeira temporada foram feitas com o uso dessa tecnologia, que recebeu o nome de Stagecraft, também chamada de The Volume. Ela elimina a necessidade de locais físicos para as filmagens. Ao invés disso, os atores de The Mandalorian atuaram de forma imersiva e intensa em uma parede de LED de 270º semicircular. No local, as peças do set foram combinadas com extensões digitais em tela. Um ambiente digital em 3D foi criado pela ILM para atuar de forma interativa com as paredes de LED, editadas em tempo real durante as filmagens. Com isso, foi possível criar uma perspectiva correta das imagens renderizadas em 3D em altíssima resolução.
Tudo funcionou como se as câmeras estivessem capturando o ambiente físico com uma luz precisa e interativa nos atores, dando a Jon Favreau e ao produtor, Dave Filoni, a habilidade de criar escolhas criativas e concretas para os efeitos visuais.
“Nós estamos experimentando essas tecnologias desde alguns projetos passados e finalmente conseguimos formar um grupo de pessoas com perspectivas diferentes para energizar as filmagens com o uso de tecnologia dos jogos em testes avançados feitos em tempo real. Estamos orgulhosos do que alcançamos e parece que o sistema que construímos foi a forma mais eficiente de trazer The Mandalorian para a vida” – comentou Favreau em entrevistas passadas.
Séries como The Mandalorian e Obi-Wan Kenobi são produções que mudam de cenário a cada episódio e construir cada um deles seria um gasto astronômico. The Mandalorian já é uma das série mais caras da atualidade, superando Game of Thrones, da HBO. São US$15 milhões por episódio e já vamos para a terceira temporada. O que antes era feito com o uso da tecnologia de tela verde, começou a criar alguns problemas, pois muito era exigido dos atores, que precisam interpretar imaginando o que seria colocado na tela verde após a edição. Imagine ter de gravar falando para o vazio ou duelar com o nada em uma cena épica de batalha.
A técnica da nova tecnologia permite que você filme uma imagem de fundo, projete a imagem invertida em uma tela e coloque o ator na frente da tela, criando uma composição.
Em outubro do ano passado, ficamos sabendo que o novo seriado do Disney+, Percy Jackson e o Ladrão de Raios, também usará dessa tecnologia para criar seus cenários. O seriado também conta com uma infinidade de cenários, dos mais diversos formatos. Temos o Acampamento Meio Sangue, a cidade de Nova York, o Tártaro, o Jardim da Medusa e um Cassino em Las Vegas, só para começar.
Para saber mais, nossa sugestão é o episódio nº 4 da primeira temporada de Disney Gallery / Star Wars : The Mandalorian, disponível no Disney+, onde Jon Favreau, Taika Waititi e Dave Filoni contam suas experiências com o The Volume e como chegaram a essa tecnologia.
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