Quentin Tarantino já tem seu nome eternizado entre os grandes diretores de cinema, com títulos marcados por violência estilizada, diálogos afiados e enredos que brincam com versões alternativas da história. Mesmo com a carreira chegando a um ponto de indefinição após ter cancelado o projeto de seu décimo longa, o cineasta segue revisitando sua própria obra e apontando quais considera seus trabalhos mais marcantes.
Em entrevista recente ao podcast The Church of Tarantino, ele comentou abertamente sobre três de seus filmes mais famosos, classificando-os de maneiras diferentes: o que acha o melhor, o que considera “o definitivo” de sua carreira e aquele que é o seu favorito pessoal.
Bastardos Inglórios, Kill Bill e Era uma Vez em… Hollywood
Durante a conversa, Tarantino explicou sua visão sobre essas produções:
“Era uma Vez em… Hollywood é o meu favorito, Bastardos Inglórios é o meu melhor. Mas eu acho que Kill Bill é o filme definitivo de Quentin, algo que ninguém mais poderia ter feito. Cada aspecto dele saiu diretamente da minha imaginação, das minhas paixões e obsessões. É o filme que eu nasci para fazer.”
O diretor ainda detalhou outros pontos do processo criativo:
“Acho que Bastardos Inglórios é o meu melhor roteiro, e que Os Oito Odiados e Era uma Vez em… Hollywood vêm logo em seguida. Mas existe um aspecto em Os Oito Odiados que considero a minha melhor direção de material. O roteiro já estava sólido, e acho que é onde melhor servi minha própria obra como diretor.”
Reconhecimento da indústria
A visão de Tarantino sobre Bastardos Inglórios também encontra apoio em boa parte da crítica. Em uma pesquisa realizada pelo The New York Times com profissionais do ramo, o longa foi eleito o melhor filme de Tarantino do século 21 e ficou em 14º lugar na lista das maiores produções do período. Já Era uma Vez em… Hollywood apareceu na 44ª posição.
Essa distinção entre “melhor”, “favorito” e “definitivo” ajuda a entender como o próprio cineasta enxerga sua carreira: enquanto Bastardos Inglórios se destaca pelo roteiro e pela recepção da crítica, Era uma Vez em… Hollywood tem valor pessoal, e Kill Bill representa a obra que traduz com mais intensidade sua identidade criativa.
A trajetória revisitada pelo próprio diretor
Desde Cães de Aluguel e Pulp Fiction, que o colocaram em destaque no início dos anos 1990, Tarantino construiu uma filmografia variada, misturando westerns, filmes de samurai, histórias de guerra e sátiras sobre Hollywood.
Agora, ao refletir sobre quais títulos considera mais importantes, ele oferece uma espécie de guia de como sua carreira pode ser lembrada.
Seja pelo roteiro afiado de Bastardos Inglórios, pela ousadia visual de Kill Bill ou pela nostalgia de Era uma Vez em… Hollywood, o diretor mostra que avalia cada obra de forma diferente, associando a elas funções distintas dentro do conjunto de sua filmografia.