
Estar em uma grande franquia como o MCU pode parecer o sonho de muitos atores, com fama, visibilidade e contratos milionários. Mas, como revelou Scarlett Johansson, também há um lado menos glamouroso nesse tipo de contrato.
“Alguns filmes da Marvel me envolveram mais do que outros. Em Capitão América: O Soldado Invernal, com o Chris Evans, fomos bem dinâmicos. Já em outros, o elenco era enorme, e tinha tanta história pra contar que você acaba virando uma peça pra movimentar a trama”, disse ela em conversa com David Harbour para a Interview Magazine.
Scarlett comentou que nem sempre teve espaço para desenvolver sua personagem. Mesmo com momentos marcantes, como em Vingadores: Ultimato ou em suas cenas com Loki em Os Vingadores, houve situações em que ela sentiu que estava apenas cumprindo contrato, como no pós-créditos de Capitã Marvel ou em filmes cheios de personagens, como Capitão América: Guerra Civil.
Ela explicou como essas longas gravações podem afetar a vida pessoal e o trabalho de um ator:
“Se você se compromete por cinco meses e meio com aquilo, é tipo, ‘Ok. Não posso pintar as unhas, não posso cortar o cabelo’. Parece bobo, mas sua identidade fica amarrada naquele trabalho por muito tempo. E se você não está fazendo algo que te engaje, dá uma sensação de prisão”.
O peso dos contratos longos

Hoje, participar de uma franquia vai muito além de alguns filmes. Em vez de um contrato para duas ou três produções, muitos atores se veem envolvidos por mais de uma década.
Johansson apareceu em nove filmes do MCU ao longo de 11 anos antes de se despedir da personagem.
Ela não é a única. Outros nomes como Chris Evans, Chris Hemsworth, Tom Hiddleston e Mark Ruffalo também seguiram esse caminho por anos. A questão vai além do medo de ser lembrado por um único papel, é estar preso a uma história que parece nunca terminar.
Mesmo que os atores ganhem visibilidade, muitos acabam deixando de lado projetos que poderiam explorar outras habilidades e interesses. Scarlett e Harbour concordam que essa rotina pode limitar o crescimento artístico.
David Harbour, que vive Hopper em Stranger Things, fez um paralelo com sua experiência na série:
“Quando comecei, eu amava aquilo. Mas chega uma hora que você pensa: ‘Quanto mais dessa história ainda tem?’ Você repete muito o mesmo tipo de cena. E aí vem a vontade de arriscar, de fazer algo que ninguém tenha visto você fazer”, disse ele.
Para Harbour, uma série que leva dez anos para lançar cinco temporadas não deveria ser padrão. Mas, ao mesmo tempo, é difícil recusar projetos que conseguem se destacar no meio de tantas opções. É o tipo de produção que ainda movimenta a cultura pop, e isso pesa na hora de aceitar ou não um papel.