A mais recente aventura da Pixar, Elementos (2023), chegou oficialmente aos cinemas e, com ela, apresentou ao público o colorido e vibrante mundo da Cidade dos Elementos. Embora o romance central tenha conquistado os espectadores, surpreendentemente, os roteiristas do filme confirmaram que inicialmente era para ser de um gênero completamente diferente.
Elementos está lutando para fazer sucesso nos cinemas ao redor do mundo. Embora não tenha gerado a bilheteria que o estúdio esperava, a bela animação, personagens estilizados e história comovente estão recebendo críticas em sua maioria positivas, possivelmente fazendo dele mais um clássico amado para as gerações futuras.
A história segue Faísca, uma jovem de temperamento explosivo, que conhece acidentalmente Gota, um cara tranquilo, quando ele invade o negócio da família de Faísca durante uma inspeção nada rotineira. Faísca, que deseja apenas honrar o sacrifício que seus pais fizeram ao imigrar para a Cidade dos Elementos, tenta ser a melhor filha possível, mas desmorona sob a pressão quando seus sentimentos por Gota ameaçam destruir tudo.
A mensagem central do filme sobre amor, aceitação e perseguir seus sonhos está tocando o coração do público, muitos dos quais se identificam com a história de Elementos sobre uma filha enfrentando discriminação e expectativas sociais. Além disso, o relacionamento doce entre Gota e Faísca é capaz de tocar até os menos sentimentais.
Elementos seria um thriller criminal
Mas acredite ou não, os roteiristas do filme, John Hoberg e Kat Likkel, originalmente tinham uma ideia muito diferente para Elementos. Em uma entrevista recente ao ScreenRant, eles revelaram que, em um momento, o filme tinha um tom criminal muito semelhante a Chinatown (1974):
“Nossa primeira versão, você faz várias versões. Então chegamos lá, havia outra roteirista, a Brenda, que estava lá desde o início, e ela havia feito, acho que duas ou três versões do filme. Acho que acabamos fazendo oito versões depois de chegarmos lá. A primeira que trabalhamos, quase se tornou como Chinatown, onde a mãe de Gota era uma vilã que estava tentando tomar posse de seções da Terra do Fogo para desenvolvimento imobiliário.”
“Ela enviou aqueles carinhas que ela incendiava para que eles pudessem se infiltrar e você não sabia até a metade do filme. Gota percebeu que estava meio que em um encontro com Faísca enquanto eles tentavam resolver esse problema com a água. Sua mãe era uma figurona, tipo na cidade. E então, de repente, na metade do filme, você descobre que ela é encrenca e ela diz para Faísca: “Você ou termina com meu filho ou eu destruo a Terra do Fogo”. Era tão diferente. Era louco.”
Como explicado por Likkel, Elementos acabou sendo “uma história de pais e filhos”, seguindo uma rota mais segura e mais alinhada com a tradição da Disney/Pixar. No entanto, teria sido interessante ver o filme abordar de forma alternatica temas como família, luto e descoberta pessoal, com uma pitada do submundo criminoso.
É sempre interessante ouvir os roteiristas falarem sobre o processo da Pixar, em especial essa ideia muito mais sombria que Likkel e Hoberg tinham para Elementos. Mas talvez ainda haja espaço para um thriller policial completo, ao estilo de Chinatown, no futuro do estúdio.
Elementos está em exibição nos cinemas.