
A indústria do entretenimento segue passando por uma dança das cadeiras sem precedentes, e a Netflix não só está no centro disso como, ao que tudo indica, quase protagonizou movimentos ainda mais ousados.
Um novo relatório da Bloomberg revelou que a empresa debateu internamente a possibilidade real de adquirir gigantes como Electronic Arts, Disney e Fox, mas nenhuma dessas negociações saiu do papel.
A revelação chega poucos dias após o anúncio que sacudiu Hollywood: a compra da Warner Bros. pela Netflix, em um negócio avaliado em US$ 82,7 bilhões, previsto para se concretizar em 2026. Com isso, a empresa deve assumir controle de estúdios relevantes como NetherRealm, Rocksteady, TT Games e Avalanche.
Mas, pelo visto, essa não foi a primeira vez que a plataforma considerou uma jogada bilionária.
Netflix discutiu comprar Disney, EA e Fox, mas recuou
Segundo a Bloomberg, a alta administração da Netflix avaliou a possibilidade real de adquirir “todo grande ativo colocado à venda” nos últimos anos. Isso inclui:
- Electronic Arts (EA), uma das maiores publicadoras de jogos do mundo.
- Fox, que já havia passado por um processo de desmembramento com a venda da 21st Century Fox para a Disney.
- Disney, sim, a própria Disney!
A reportagem afirma: “A gestão da Netflix debateu buscar praticamente todo grande ativo à venda, incluindo Electronic Arts e Fox. Eles chegaram a discutir uma aquisição da Disney.”
O motivo para todas essas conversas nunca avançarem é simples: os executivos não chegaram a um consenso, e havia receio de causar pânico entre investidores. Comprar empresas desse porte exigiria valores enormes, o que poderia “prejudicar o preço das ações ao pagar caro demais por um ativo que negocia com múltiplos mais baixos”.
Além disso, aquisições gigantes sempre trazem o risco de engolir mais do que se consegue mastigar. O próprio coCEO Greg Peters disse pouco antes de fechar negócio com a Warner Bros.:
“É preciso ter um nível razoável de ceticismo sobre fusões de mídia. Elas não têm um histórico incrível.”
Ou seja, a Netflix dizia publicamente que não tinha interesse em megafusões… enquanto, internamente, estudava comprar praticamente todo mundo.
Por que a Disney esteve na mesa de discussão?
O relatório destaca um contraste estratégico entre as duas empresas:
- A Disney é uma gigante de alto faturamento, mas com margens apertadas, já que seus parques, cruzeiros, canais e operações globais custam caro.
- A Netflix é uma gigante de alto faturamento com margens muito maiores, pois seu modelo de negócios é digital e comparativamente mais barato de operar.
Em outras palavras, incorporar a Disney poderia ser transformador… mas também extremamente arriscado.
E a EA?
A EA (Electronics Arts) entrou no radar por motivos óbvios:
- possui franquias bilionárias como FIFA, Madden, The Sims, Battlefield e Star Wars Jedi
- expandiria o braço de games da Netflix, que tenta crescer no setor há alguns anos
Mas, novamente, nada avançou.
Enquanto isso Paramount parte para ataque
Em paralelo ao megamovimento da Netflix, a Paramount apresentou uma oferta hostil para tentar tomar a Warner Bros., elevando ainda mais a tensão no mercado.
A guerra das gigantes está longe de acabar, e a revelação de que a Netflix considerou comprar EA, Disney e Fox mostra que o apetite da empresa para dominar o entretenimento é bem maior do que parecia.
Se essas negociações tivessem ido adiante, a indústria estaria irreconhecível hoje. E, pelo jeito, novas surpresas podem estar por vir.