A série Outlander já trouxe diversas figuras históricas para sua trama, como o Duque de Sandringham, Bonnie Prince Charlie e o Marquês de La Fayette. No entanto, nem todos sabem que Geillis Duncan (Lotte Verbeek) também foi inspirada em uma pessoa real que viveu na Escócia no século XVI e foi acusada de bruxaria.
A Escócia teve um dos períodos mais intensos de perseguição a supostas bruxas na Europa, com julgamentos que se estenderam por cerca de 200 anos, entre os séculos XVI e XVII. Estima-se que centenas de homens e mulheres tenham sido condenados à morte, sendo queimados na fogueira ou afogados.
A caça às bruxas atingiu seu auge em 1590, quando o Rei James VI passou a acreditar que um grupo de bruxas havia conjurado tempestades para tentar afundar o navio que trazia sua noiva, Anne da Dinamarca, para a Escócia.
Esse medo desencadeou uma onda de perseguições, culminando nos julgamentos das bruxas de North Berwick, onde Geillis Duncan foi uma das acusadas.
Geillis Duncan na série
Na primeira temporada, Claire Fraser (Caitríona Balfe) conhece Geillis no Castelo Leoch e forma uma amizade inesperada com ela, apenas para descobrir depois que as duas compartilham um segredo incomum: ambas são viajantes no tempo.
As duas acabam sendo acusadas de bruxaria por Laoghaire MacKenzie e levadas a julgamento. Jamie Fraser consegue salvar Claire, mas Geillis precisa encontrar sua própria saída. Ela sobrevive ao conseguir chantagear Dougal MacKenzie, que a resgata após ela engravidar de seu filho, Buck.
Geillis reaparece posteriormente nas Índias Ocidentais na terceira temporada e retorna mais uma vez na sétima.
A autora de Outlander, Diana Gabaldon, se inspirou na verdadeira Geillis Duncan, uma criada que viveu no século XVI, na cidade de North Berwick, Escócia.
A acusação e julgamento
Segundo informações do Brooklyn Museum, a verdadeira Geillis foi acusada de bruxaria por seu empregador, David Seton, um subxerife da região. Ele suspeitou de suas habilidades de cura e a denunciou como bruxa.
Seton submeteu Geillis a um interrogatório e, em seguida, a torturou para forçá-la a confessar. Após novas sessões de tortura, ela acabou admitindo as acusações e foi condenada à morte.
Durante seu julgamento, Geillis mencionou outros nomes, levando à prisão e execução de várias pessoas acusadas de bruxaria. Esse episódio ficou conhecido como os julgamentos das bruxas de North Berwick, sancionados pelo rei James VI.
A caça às bruxas na Escócia
A historiadora britânica Lucy Worsley explorou esse período sombrio no primeiro episódio de sua série documental Lucy Worsley Investigates, intitulado “The Witch Hunts”.
O programa mostra como esses julgamentos se tornaram o modelo para perseguições semelhantes ao longo do século seguinte.
A investigação de Worsley começa em North Berwick, onde o julgamento de Agnes Sampson, uma curandeira e parteira, estabeleceu um padrão para futuras caças às bruxas.
A série Outlander inclui referências a esses acontecimentos históricos, com Claire testemunhando Geillis participando de um ritual pagão semelhante ao descrito nos registros da época.
Nos livros de Diana Gabaldon, que serviram de base para a série, Geillis também realiza um sacrifício de sangue para viajar no tempo, tentando mudar a história e garantir a vitória dos jacobitas.
A série Outlander está disponível no Disney+.