
Quarteto Fantástico: Primeiros Passos passou por uma reformulação pesada antes de chegar aos cinemas. Mesmo com pouco menos de duas horas de duração, o longa deixou muita coisa importante de fora. Cenas inteiras e até subtramas foram cortadas para que a Marvel pudesse entregar uma introdução mais direta da equipe e preparar o caminho para o grupo aparecer em Vingadores: Doomsday.
Entre as partes que não chegaram à versão final, estavam uma batalha de abertura contra o vilão Fantasma Vermelho e boa parte do envolvimento romântico de Ben Grimm, o Coisa, com a personagem Rachel Rozman.
Segundo fontes ligadas à produção, a ideia era manter o foco no recomeço do time e evitar que a história ficasse muito carregada logo de cara.
A trilha sonora que foi descartada
O compositor Michael Giacchino, responsável por várias trilhas do Universo Cinematográfico da Marvel, revelou que também precisou refazer seu trabalho quase do zero.
Em entrevista ao Deadline, ele contou que já tinha composto toda a trilha antes mesmo das filmagens começarem.
“Eu realmente escrevi outra trilha completa para esse filme, que provavelmente ninguém vai ouvir”, contou Giacchino. “Quando vi o filme pela primeira vez com aquela música, percebi que algo não encaixava.”
O músico explicou que foi Kevin Feige quem o chamou para participar do projeto ainda na época da San Diego Comic-Con, pedindo que ele criasse um tema inicial para o anúncio do filme.
As composições que ele fez para Galactus e Surfista Prateada acabaram sendo usadas no set durante as filmagens comandadas por Matt Shakman.
“O mais interessante é que o Matt levou essa música para o set”, lembrou Giacchino. “Ela ajudou todo mundo a entender qual era o clima que estávamos buscando. É raro isso acontecer. Acho que todos os diretores deveriam contratar o compositor logo no início, porque assim todo mundo entra em sintonia desde o primeiro dia.”
Mudanças drásticas durante a pós-produção

Mesmo com essa colaboração antecipada, o compositor percebeu que o resultado final não combinava com a música original.
“Quando escrevo, gosto de começar do início e seguir até o fim”, explicou ele. “Eu tinha feito tudo baseado em uma versão anterior do filme. Quando coloquei essa música na nova edição, pensei: ‘Meu Deus, isso não está funcionando pra mim’.”
Giacchino comentou que já passou por situações parecidas em outros projetos da Marvel e que às vezes é preciso tomar decisões difíceis no processo criativo.
“O que a gente faz é sempre um palpite. Todo mundo dá o seu melhor chute, mas nem sempre acerta.”
Próximos trabalhos de Michael Giacchino
Além de compor, Giacchino já se aventurou na direção, comandando o especial Lobisomem na Noite para o estúdio. Ele ainda não voltou a dirigir nada no MCU, mas revelou que está com um novo projeto em andamento fora da Marvel.
“Compor é algo muito solitário”, disse ele. “Senti falta de trabalhar em grupo. Fazer filmes é a melhor forma de arte coletiva que existe. Você tem a chance de colaborar com artistas incríveis. Agora vou dirigir um projeto na Warner Bros. e mal posso esperar para contar mais detalhes.”