
Em um movimento que certamente vai transformar o panorama do entretenimento no mundo, a Netflix anunciou, em 5 de dezembro de 2025, a aquisição das divisões de estúdios de cinema e TV da Warner Bros. Discovery, incluindo o serviço de streaming HBO Max. O acordo, avaliado em cerca de US$ 72 bilhões (ou US$ 82,7 bilhões incluindo dívidas), supera propostas de concorrentes como Paramount Skydance e Comcast.
Além de expandir o catálogo da Netflix com milhares de títulos premium, essa fusão fortalece sua posição no mercado de streaming, e o que já era gigante agora terá controle sobre produções icônicas de cinema e televisão.
A Netflix comprometeu-se a manter as operações tradicionais da Warner Bros., como lançamentos em salas de cinema, para preservar a criatividade e o ecossistema de Hollywood.
Com essa aquisição, a Netflix herda um portfólio fortíssimo de franquias que ajudaram a definir a cultura pop ao longo de décadas. Abaixo, veja quais são as principais franquias de filmes e séries que agora passam a pertencer à plataforma.
Franquias de FILMES
Universo DC

O Universo DC, lar de super-heróis icônicos, é uma das joias da coroa da Warner Bros. Pictures. Com a aquisição, a Netflix ganha controle total sobre personagens como Batman, Superman, Mulher-Maravilha e a Liga da Justiça.
Projetos recentes, como Superman (2025), agora serão integrados ao ecossistema da Netflix, potencializando crossovers e séries derivadas. Essa franquia representa bilhões em bilheteria e um grande universo expandido em quadrinhos, animações e games.
Harry Potter
A saga mágica criada por J.K. Rowling ganha nova casa na Netflix. A franquia inclui os oito filmes principais, como Harry Potter e a Pedra Filosofal (2001), Harry Potter e a Câmara Secreta (2002), até Harry Potter e as Relíquias da Morte – Parte 2 (2011).
Além disso, spin-offs como Animais Fantásticos e Onde Habitam (2016) e suas sequências. Com direitos sobre o Mundo Mágico, a Netflix pode explorar expansões exclusivas, como séries ou animações.
O Senhor dos Anéis
Baseada na obra de J.R.R. Tolkien, essa trilogia épica dirigida por Peter Jackson agora pertencerá à Netflix. Os títulos incluem O Senhor dos Anéis: A Sociedade do Anel (2001), O Senhor dos Anéis: As Duas Torres (2002) e O Senhor dos Anéis: O Retorno do Rei (2003), com versões estendidas disponíveis.
Embora os direitos não abranjam a série Os Anéis de Poder da Amazon, a Netflix herda o histórico cinematográfico, que acumulou Oscars e bilhões em receitas, abrindo portas para remakes ou prequels.
Matrix

A inovadora franquia de ficção científica das irmãs Wachowski passa para as mãos da Netflix. Composta por Matrix (1999), Matrix Reloaded (2003), Matrix Revolutions (2003) e Matrix Resurrections (2021), a série explora temas de realidade virtual e ação cibernética.
Com potencial para novas continuações, essa aquisição fortalece o gênero sci-fi na plataforma, atraindo fãs de histórias filosóficas e efeitos visuais revolucionários.
Duna
A adaptação recente do clássico de Frank Herbert, dirigida por Denis Villeneuve, integra o catálogo da Netflix. Inclui Duna (2021) e Duna: Parte Dois (2024), com sequências planejadas.
Essa franquia de ficção científica épica, com foco em política interplanetária e ecologia, representa um investimento em produções de alto orçamento e prestígio, semelhantes a blockbusters como Star Wars.
Mad Max
A saga pós-apocalíptica criada por George Miller agora é da Netflix. Destacam-se Mad Max: Estrada da Fúria (2015), além dos clássicos originais como Mad Max (1979). Com elementos de ação intensa e veículos customizados, a franquia oferece oportunidades para expansões em séries ou games, ampliando o apelo para públicos de aventura e distopia.
Hanna-Barbera
As animações clássicas da Hanna-Barbera, incluindo Scooby-Doo, Os Flintstones e Space Jam, passam para a Netflix. Exemplos incluem reboots live-action como Scooby-Doo: O Filme (2002) e Space Jam: Um Novo Legado (2021). Essa coleção de franquias infantis e nostálgicos enriquece o conteúdo familiar da plataforma, com potencial para novas animações exclusivas.
Franquias de SÉRIES
Game of Thrones

Uma das séries mais assistidas da história da TV, criada pela HBO, agora será exclusiva da Netflix. Inclui Game of Thrones (2011-2019) e o spin-off A Casa do Dragão (2022-). Baseada nos livros de George R.R. Martin, a franquia explora intrigas políticas e fantasia medieval, com múltiplos Emmys e um histórico cultural imenso.
Família Soprano (The Sopranos)
Clássico do drama criminal, Família Soprano (1999-2007) retrata a vida de um chefe da máfia. Considerada uma das melhores séries de todos os tempos, ela influenciou o gênero e agora fortalece o catálogo de dramas maduros da Netflix.
Succession

A sátira familiar sobre um império midiático, Succession (2018-2023), vencedora de vários Emmys, passa para a Netflix. Com foco em poder e disfunções familiares, é ideal para fãs de dramas contemporâneos e críticas sociais.
The White Lotus
Antologia de sátira social, The White Lotus (2021-) explora resorts luxuosos e dilemas éticos. Com três temporadas até agora, essa série premiada adiciona peso ao conteúdo de drama e humor ácido.
A Escuta (The Wire)
Drama policial ambientado em Baltimore, A Escuta (2002-2008) é aclamada pela crítica por sua profundidade social. Agora na Netflix, reforça o compromisso com produções realistas e impactantes.
Westworld
Série de sci-fi sobre parques temáticos e IA, Westworld (2016-2022) oferece tramas complicadas e filosóficas. Essa franquia expande o gênero futurista no catálogo da Netflix.
Friends

A icônica sitcom Friends (1994-2004) agora tem seus direitos passando para as mãos da Netflix. Com humor atemporal sobre amizade em Nova York, é um pilar para maratonas leves e nostálgicas.
The Big Bang Theory
Comédia nerd The Big Bang Theory (2007-2019), incluindo o spin-off Young Sheldon, agora pertencerá à Netflix. Focada em cientistas e cultura pop, atrai públicos jovens e geeks.
Comparação com a trajetória da Disney

Em termos de conteúdo e valor de aquisição, a compra da Warner Bros. Discovery pela Netflix lembra a estratégia agressiva da Disney nas últimas décadas, que transformou a empresa em um colosso do entretenimento por meio de fusões bilionárias.
A Disney iniciou sua onda de aquisições com a Pixar em 2006, por US$ 7,4 bilhões, revitalizando sua animação com sucessos como Toy Story. Em 2009, veio a Marvel por US$ 4 bilhões, trazendo super-heróis como os Vingadores e gerando mais de US$ 30 bilhões em bilheteria. Em 2012, a Lucasfilm (incluindo Star Wars) foi adquirida por US$ 4,05 bilhões, expandindo para galáxias distantes com trilogias e séries como The Mandalorian. O ápice foi em 2019, com a 21st Century Fox por US$ 71,3 bilhões, incorporando franquias como X-Men, Avatar e canais como National Geographic.
Comparativamente, a aquisição da Netflix (US$ 72 bilhões ~ 82,7 bilhões) é similar em escala à da Fox pela Disney, tanto em valor quanto em impacto de conteúdo. Ambas adicionam bibliotecas enormes: enquanto a Disney ganhou franquias diversificados em animação, super-heróis e sci-fi, a Netflix herda um mix semelhante com DC (rival da Marvel), Harry Potter e séries premium da HBO.
Em valor, as aquisições da Disney totalizam mais de US$ 86 bilhões só nessas principais, gerando retornos exponenciais via Disney+ e parques temáticos. Para a Netflix, o foco é no streaming e potencializa (e muito) assinaturas globais, mas com riscos regulatórios semelhantes aos enfrentados pela Disney (como antitruste). No fim, ambas estratégias visam dominar o entretenimento, com a Netflix seguindo os passos da Disney para construir um império de propriedades intelectuais eternas.