Por que o Disney+ está produzindo menos séries em outros países

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O Disney+ tem apostado em séries e filmes produzidos fora dos Estados Unidos, com foco em conteúdos locais de países como Coreia do Sul, Reino Unido, França, Espanha, Brasil e Argentina. Essas produções, feitas no idioma original de cada região, têm o objetivo de atender diretamente ao público local, mas com a esperança de que algumas também ganhem espaço internacional.

Em entrevista ao Deadline, o presidente da Walt Disney Television, Eric Schrier, explicou como funciona essa estratégia. Segundo ele, o Disney+ está com cerca de 100 produções em desenvolvimento em 25 países, todas pensadas primeiro para os públicos locais.

“Temos equipes em cada mercado que escolhem e desenvolvem os projetos com base no que faz sentido para aquela região”, explicou Schrier.

“Nossa abordagem é diferente porque já temos grandes marcas que funcionam globalmente, como Star Wars, Marvel, Pixar e ABC. Então, não precisamos fazer uma quantidade enorme de produções locais, mas sim títulos que complementem esse catálogo com histórias relevantes para cada país.”

Exemplos de títulos regionais com bom retorno

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Eric citou o caso de Invisível, série produzida na Espanha com base em um livro bastante conhecido no país. Na América Latina, ele mencionou Meu Querido Zelador, popular na Argentina e com excelente pontuação no Rotten Tomatoes, e Amor da Minha Vida, que teve bom desempenho no Brasil. Já no Reino Unido, os destaques recentes foram Rivais, Mil Golpes e A Garota Roubada, todas já disponíveis no Disney+.

Na Coreia do Sul, produções como Em Movimento e a nova série Light Shop: Entre a Vida e a Morte, ambas de Kang Full, conseguiram excelentes números. Na França, o sucesso veio com Bref.2, uma continuação de vídeos curtos que fizeram sucesso em 2011, agora repaginados em episódios de 30 minutos, mas que ainda não chegaram ao Brasil.

A quantidade de originais internacionais caiu de 140 para cerca de 100, e isso tem explicação. Parte dessa redução se deve ao fim da parceria com a divisão da Disney na Índia, agora em uma joint venture com a Reliance. Outro motivo é a nova estratégia da empresa, que passou a ser mais seletiva.

“Quando o Bob Iger voltou à presidência, vimos que era preciso ser mais estratégico”, disse Schrier. “Antes, estávamos fazendo muitas séries sem uma direção clara. Hoje, temos um plano mais coeso.”

Esse novo foco tenta alinhar os originais locais ao que o Disney+ busca manter como sua base: produções com potencial para gerar propriedades duradouras.

O que pode mudar com nova medida de Trump

Uma possível mudança no cenário internacional é o plano anunciado por Donald Trump de aplicar uma tarifa de 100% sobre filmes feitos fora dos Estados Unidos.

Caso essa proposta avance, é possível que séries e filmes internacionais enfrentem mais dificuldade para serem lançados no Disney+ dos EUA.

No entanto, muitos países já exigem que plataformas de streaming invistam em conteúdo local, então a produção regional deve continuar, ao menos nesses mercados.

Por enquanto, países como Japão, Coreia e Austrália seguem com diversos projetos em andamento. Europa e América Latina também seguem com investimentos, mas a quantidade de lançamentos já é visivelmente menor do que há alguns anos.

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