Deadpool é conhecido por suas piadas afiadas, quebras da quarta parede e habilidades incríveis. Desde o lançamento do primeiro filme, em 2016, o personagem conquistou o público e se tornou um sucesso de bilheteria.
Os dois primeiros filmes da franquia ficaram em quarto e quinto lugar na lista de filmes para maiores de 18 anos mais rentáveis de todos os tempos, com Deadpool & Wolverine liderando a lista, acumulando mais de 1 bilhão de dólares em bilheteria mundial. Mas a jornada cinematográfica de Deadpool começou antes disso.
Em 2009, Ryan Reynolds deu vida a uma versão bem diferente do personagem em X-Men Origens: Wolverine, considerado por muitos um dos piores filmes da franquia.
Na reta final do longa, Logan (Hugh Jackman) enfrenta um Deadpool sem uniforme vermelho, sem piadas e, literalmente, sem boca, já que seus lábios foram costurados.
Reynolds fez questão de “corrigir” esse erro ao eliminar essa versão constrangedora do personagem em uma cena pós-créditos de Deadpool 2.
Mas por que essa versão sem graça do Mercenário Tagarela foi parar no cinema? Há algumas explicações.
Por que costurar a boca de Deadpool?
Logo no início de X-Men Origens: Wolverine, Wade Wilson rouba a cena com piadas rápidas e estilo marcante.
No entanto, a versão final do personagem aparece com a boca costurada, uma escolha que deixou os espectadores confusos.
Isso é sugerido em uma fala de William Stryker (Danny Huston), que diz que Wade seria o soldado ideal se não falasse.
Apesar dessa “justificativa”, a decisão foi bastante questionada, inclusive pelo próprio Ryan Reynolds.
Reynolds classificou a escolha como “uma das notas mais absurdas do estúdio“, em entrevista à Variety. Ele também ironizou a decisão em sua página no Facebook, dizendo: “Foi difícil manter a boca fechada sobre essa.”
O produtor Jeff Katz explicou no The Geek Generation Podcast que a ideia surgiu do desejo da Fox de evitar diálogos durante cenas de luta, considerando que isso seria “cafona”.
Segundo Katz, o estúdio quis provar que estava certo, ignorando a insatisfação dos fãs. Apesar dos avisos sobre o impacto negativo, a ideia foi mantida.
Por que Deadpool não tem suas marcas registradas?
Outra mudança nítida foi o visual de Deadpool, que não usa o icônico traje vermelho e preto e aparece com a pele lisa, marcada por linhas pretas que terminam em círculos.
Essas marcas, vistas durante a transformação de Wade, estão ligadas ao procedimento com adamantium.
Em X-Men Origens: Wolverine, Wade recebe o mesmo metal usado no esqueleto de Logan. Essas marcas aparecem brevemente também em Logan, sugerindo que fazem parte do processo de experimentação.
Já em Deadpool, lançado em 2016, a transformação de Wade é diferente: ele é colocado em uma câmara que reduz o oxigênio, ativando sua mutação.
Nesse processo, sua pele começa a apresentar as cicatrizes que se tornaram uma das características mais famosas do personagem.
Os poderes extras de Deadpool
Em X-Men Origens: Wolverine, Deadpool não só é visualmente diferente como também possui habilidades adicionais, como disparar lasers pelos olhos, teletransportar-se e usar lâminas retráteis nas mãos.
Essas habilidades vêm de outros mutantes, como Kestrel/John Wraith (Will.i.am), Scott Summers (Tim Pocock) e do próprio Wade. Todas essas mudanças fazem parte do plano de Stryker para criar o soldado perfeito.
Desde o início, Stryker demonstra preferir Wade, elogiando suas habilidades e colocando-o como o primeiro a entrar em uma sala cheia de inimigos armados em Lagos, Nigéria.
No entanto, ao final, Deadpool perde completamente sua liberdade e passa a ser controlado remotamente por Stryker.
Por que não usaram o traje clássico?
Segundo Alex Gillis, responsável pela maquiagem de Deadpool, a ausência do traje vermelho foi uma escolha da Fox.
Em conversa com a Vulture, Gillis explicou que o estúdio achou que ainda era cedo para apresentar o uniforme.
“Disseram que isso era uma introdução ao personagem e que ele teria seu próprio filme depois”, revelou.
A luta final, inclusive, foi filmada pelo dublê de Ryan Reynolds, Scott Adkins, o que reduziu ainda mais a participação do ator na cena.
O diretor de X-Men Origens: Wolverine reconhece as falhas
O diretor Gavin Hood, em entrevista ao Cinemablend, admitiu que a versão mais recente de Deadpool funciona muito melhor.
“O personagem agora é o que sempre deveria ter sido, sem as limitações de classificação indicativa PG-13 e debates de marketing”, afirmou.
Apesar do início desastroso, o Mercenário Tagarela conseguiu dar a volta por cima graças a Ryan Reynolds e ao respeito pelo material original.
Todos os filmes de Deadpool estão no Disney+.