
O Universo Cinematográfico da Marvel está acostumado a apresentar vilões grandiosos, com planos de destruir ou transformar o mundo. Thanos, Ultron, Killmonger e Wilson Fisk, por exemplo, têm ideologias claras e justificam suas atitudes extremas com base em crenças pessoais. Isso, de certa forma, ajuda o público a entender o que está por trás de suas ações.
Mas o sexto episódio de Demolidor: Renascido, intitulado “Força Excessiva”, apresentou algo fora desse padrão. Muse, personagem que tudo indica ser vivido por Hunter Doohan, é diferente de qualquer outro vilão já mostrado no MCU. Não é um conquistador, um tirano ou um manipulador. É um assassino em série.
Muse age por impulso, não por estratégia
Muse não tem um plano de domínio global nem ambições grandiosas. Ele mata por prazer ou compulsão. Quando ataca duas mulheres no episódio, age de forma impulsiva, sem qualquer benefício estratégico, colocando a si mesmo em risco. Isso reforça o quanto ele não tem controle sobre o que faz.
Outros vilões mais “pé-no-chão” já apareceram no MCU, como o Abutre de Homem-Aranha: De Volta ao Lar. Mas, nesse caso, havia uma motivação clara relacionada à família. Muse, por outro lado, é guiado apenas por instinto e prazer pessoal.
Violência bruta e perturbadora

Muse é, até agora, o personagem mais brutal da Marvel nas séries do Disney+. O que ele faz com suas vítimas é gráfico e perturbador: drenar sangue, arrancar olhos, pendurar corpos. Ele parece ter prazer nesses atos, como se estivesse em transe ou saboreando o momento.
Uma cena marcante mostra Muse atacando Angela Del Toro, interpretada por Camila Rodriguez, enquanto respira de forma intensa. A expressão é de quem sabe que o que está fazendo é errado, mas encontra satisfação justamente nessa consciência. Isso o aproxima de figuras como Jeffrey Dahmer, retratado em Dahmer: Um Canibal Americano.
Já havia indícios dessa dualidade em episódios anteriores. No início da temporada, ele (ou alguém que tudo indica ser ele) aparece pedindo ajuda para Heather durante uma sessão de autógrafos. A interpretação de Doohan reforça essa dualidade entre o psicopata e o indivíduo em conflito.
O contraste com o vigilantismo de Matt Murdock
Em vez de ser apenas mais um vilão violento, Muse funciona como um contraponto direto ao protagonista. Enquanto Matt Murdock tenta decidir se deve voltar a atuar como Demolidor, Muse é o extremo oposto do conceito de justiça.
Matt quebra as regras porque acredita que o sistema falhou. Muse quebra tudo porque gosta. E isso coloca o herói diante de uma contradição: para deter alguém tão instável, ele mesmo precisa abrir mão da estrutura legal que tenta defender.
No fim do episódio, Muse consegue escapar enquanto Matt tenta salvar Angela. Isso deixa em aberto a sensação de que ele pode aparecer a qualquer momento, com outra vítima, outro ritual macabro. A ameaça não está em um plano maior, mas na falta total de lógica.
Novos episódios de Demolidor: Renascido estão disponíveis semanalmente no Disney+, sempre às terças-feiras às 22:00.