O episódio “Algo Emprestado“, que encerrou a primeira temporada de Outlander: Blood of My Blood trouxe uma mistura de emoção e mistério. Depois de tantos obstáculos, Henry e Julia finalmente se reencontram e correm para as pedras de Craigh na Dun, o ponto central de toda a jornada deles. Era o único lugar onde acreditavam ter uma chance de escapar, já que foi por ali que toda a história no passado começou.
Mas, assim que chegam ao local, Julia levanta uma dúvida que muda completamente o cenário: e se William não tiver a mesma habilidade que eles para atravessar as pedras? Nenhum dos dois havia pensado nisso até aquele momento, e quando percebem a gravidade da situação, já é tarde demais.
Henry e Julia não entendem as regras da viagem no tempo
Em entrevista ao site de fãs Claire & Jamie, Jeremy Irvine explicou o raciocínio de Henry. “Ele fez o que muita gente faria: concentrou-se em levar Julia e a si mesmo até as pedras. Era o ponto de partida da viagem no tempo, então ele acreditava que seria também o caminho de volta para casa. Não pensou no que fazer depois, apenas em chegar lá.”
Essa falta de planejamento não é exatamente um erro, mas o reflexo de alguém agindo sob extrema pressão.
Henry não tem ideia das regras da viagem no tempo, nem sabe se existem restrições para quem pode atravessar. Ele apenas faz o que acredita ser certo naquele instante, tentando garantir a segurança da esposa e do filho.
A confusão de Henry é compreensível. Mesmo personagens mais experientes em Outlander, como Claire, Brianna e Roger, só descobriram as regras das viagens temporais depois de muita pesquisa e tentativa.
Claire, por exemplo, só começou a entender o fenômeno após descobrir que Geillis Duncan também havia atravessado as pedras e estudar seus registros. A partir daí, ela e Roger aprenderam que as pedras preciosas são fundamentais para direcionar a travessia com segurança e evitar que o viajante se perca no tempo.
Julia e Henry, sem essa informação, acabam tentando o desconhecido: atravessar sem joias. Isso torna a viagem ainda mais imprevisível, já que, sem as pedras, o destino pode ser completamente aleatório. Eles poderiam parar em qualquer época, ou até em lugares diferentes.
O risco de viajar sem pedras preciosas
A ausência de pedras é um ponto essencial para entender o que pode ter acontecido com Julia, Henry e William. No universo de Outlander, as joias servem como uma espécie de “bússola temporal”, ajudando a direcionar o viajante. Sem elas, as chances de um salto no tempo dar errado aumentam bastante.
A produtora Maril Davis já havia explicado esse conceito quando falou sobre as viagens de Geillis e Claire. “Essa parece ser outra regra consistente para atravessar sem se matar,” disse ela em entrevista, referindo-se à função protetora das pedras.
Por isso, a decisão de Henry e Julia de tocar nas pedras sem nenhuma proteção é um ato impulsivo e perigoso. Mesmo que consigam atravessar, o risco de se separarem é alto. A série até deixa essa possibilidade no ar, já que o destino deles não é mostrado.
Outra teoria interessante é a de que eles não mudaram de século, mas apenas de momento, algo como um pequeno salto no tempo, dentro do mesmo dia. Se isso for verdade, poderiam reaparecer horas depois, confundindo Arch Bug e os demais personagens, o que até faria sentido dentro da lógica sobrenatural do universo da série.
Henry precisa arriscar tudo por sua família
Quando Arch Bug se aproxima, Henry sabe que não há tempo para pensar. O instinto fala mais alto, e ele decide agir. Ele prefere arriscar uma travessia perigosa a ver Julia e William em perigo.
Tudo o que pode fazer naquele instante é acreditar que William conseguirá viajar junto. O que Henry ainda não percebeu é que a travessia exige mais do que força de vontade, é preciso concentração e contato constante durante a passagem. Julia, por exemplo, precisa manter firme o menino em seus braços para garantir que ele atravesse com ela.
Depois disso, Henry ainda teria de enfrentar a possibilidade de Arch Bug alcançá-los ou, pior, de eles não chegarem ao mesmo lugar. A série não mostra o resultado, mas deixa claro que o salto pelas pedras é o início de uma nova etapa para os três.
A diferença entre as séries
Um ponto interessante é como Outlander: Blood of My Blood retrata o fenômeno das pedras de forma diferente da série principal. Em Outlander, Claire vive um verdadeiro choque ao atravessar o tempo pela primeira vez. Ela passa dias tentando entender o que aconteceu, alternando entre medo, descrença e curiosidade científica.
Na derivada, essa sensação de espanto quase desaparece. Julia e Henry demonstram confusão, mas aceitam a situação com mais naturalidade. A série trata o evento de forma direta, sem explorar tanto o caráter sobrenatural e misterioso das pedras de Craigh na Dun.
Essa diferença de abordagem faz com que o tema da viagem no tempo pareça mais rotineiro em Blood of My Blood. A travessia é vista como um recurso para avançar na trama, e não como um fenômeno assustador e incompreensível, algo que sempre foi uma marca da série original.
O que esperar do destino de Julia e Henry
Sem pedras para guiar a travessia, o destino de Julia e Henry é completamente incerto. Eles podem ter parado em outra época do passado ou até avançado no tempo. Alguns fãs acreditam que os dois podem ter ido parar nos anos 1950 ou 1960, período que se conectaria com eventos futuros de Outlander.
Outra hipótese é que a travessia tenha separado o casal, algo que já aconteceu com outros personagens da franquia. Isso abriria caminho para uma nova busca entre eles, repetindo o tema central de amor e reencontro que marcou toda a primeira temporada.
Há ainda uma teoria mais curiosa: a de que Julia e Henry voltaram para um tempo intermediário, possivelmente antes do nascimento de Claire. Isso explicaria algumas lacunas sobre a origem da personagem principal e poderia amarrar o enredo das duas séries de maneira inédita.
Outlander: Blood of My Blood está disponível no Disney+.