
Alien: Earth, novo capítulo do universo Alien, já começa apresentando um futuro cheio de siglas, conceitos e estruturas de poder bem diferentes do que conhecemos hoje. A série se passa no planeta Terra e funciona como um prelúdio para os eventos mais espaciais da franquia. Desde o início, o primeiro episódio traz um glossário em tela explicando as novas categorias de humanoides, como “sintéticos”, “ciborgues” e “híbridos”.
A produção também apresenta a ilha de pesquisas da megacorporação Prodigy, chamada de “Terra do Nunca”, e introduz a cidade de New Siam, também chamada de Prodigy City, que logo se revela uma versão futurista de Bangkok, na Tailândia.
Prodigy assumiu o controle da Tailândia no futuro de Alien
Mesmo sem que os personagens digam claramente o nome original do lugar, o cenário e o título New Siam deixam pouco espaço para dúvida. A Tailândia era conhecida anteriormete como Sião, principalmente por fontes ocidentais, até meados do século XX. Como lembra o site History Today, o nome ganhou força no período colonial europeu, principalmente entre portugueses.
Na visão de Noah Hawley, criador da série, a Tailândia do século XXII foi novamente “colonizada”, agora não por países, mas por empresas. E quem domina a região é a corporação Prodigy, comandada por Boy Kavalier (Samuel Blenkin), um bilionário excêntrico que, aos poucos, vai se mostrando mais perigoso do que parece.
Ao contrário do que Ridley Scott fez em Blade Runner, onde uma Las Vegas futurista foi influenciada pela cultura japonesa, Alien: Earth mostra uma metrópole asiática completamente absorvida por uma megacorporação ocidental.
Tirar o espaço do centro da trama fez com que Hawley criasse uma nova visão da Terra em 2120, e parte disso é mostrar uma Tailândia futurista sob domínio corporativo.
Vida em New Siam: tecnologia, opressão e controle

Apesar do controle exercido pela Prodigy, a cidade ainda exibe sinais da cultura local, com ruas cheias de movimento, cores e sistemas de transporte que lembram o passado, contrastando com o alto nível de vigilância digital e inteligência artificial espalhados pelo território.
No entanto, o contraste não é só visual. A estrutura de poder é desequilibrada. Kavalier não comanda apenas a cidade, ele possui um exército privado, diversos prédios comerciais, uma ilha de pesquisas biológicas e influencia diretamente decisões políticas e sociais.
Logo no primeiro episódio, ficamos sabendo que a USCSS Maginot, uma nave da rival Yutani, colidiu com um dos prédios de Kavalier durante o Festival do Fundador. O tom de desprezo de Kavalier em relação às vítimas reforça como seu poder está acima das vidas comuns.
Além disso, há momentos que mostram o cotidiano de pessoas como Hermit (Alex Lawther), um médico preso a obrigações militares da Prodigy. Ele, junto de outros personagens, passa por situações burocráticas e opressivas, como o atendimento em um órgão público desumanizado, claramente pensado para desgastar quem precisa de ajuda.
A Tailândia futurista mostrada na série está longe do paraíso turístico retratado recentemente em The White Lotus. Aqui, o cenário é um laboratório a céu aberto para experiências corporativas que usam a população como massa de manobra.
Alien: Earth mostra um futuro dominado por empresas

Com apenas dois episódios exibidos até a data desta publicação, Alien: Earth já deixou claro que o perigo não vem apenas dos Xenomorfos. A série explora um futuro onde as grandes corporações assumem o lugar dos governos, criando cidades que parecem parques tecnológicos por fora, mas funcionam como centros de controle e exploração.
New Siam é um exemplo desse modelo: um espaço de cultura viva transformado em ativo corporativo. E enquanto a cidade continua vibrante por fora, a estrutura por trás revela um mundo onde riqueza extrema e acesso à tecnologia não significam qualidade de vida para a maioria.
Novos episódios de Alien: Earth vão ao ar às terças-feiras, às 21h, no Disney+.