Polêmica em ‘O Brutalista’: Inteligência Artificial foi usada em Adrien Brody e Felicity Jones

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O diretor Brady Corbet esclareceu o uso de inteligência artificial (IA) na pós-produção do filme O Brutalista, após relatos de que a tecnologia foi utilizada para ajustar a pronúncia do húngaro nos diálogos de Adrien Brody e Felicity Jones.

O longa, que ganhou três Globos de Ouro, incluindo Melhor Filme de Drama, Melhor Diretor para Corbet e Melhor Ator para Brody, gerou discussões sobre o impacto da IA no cinema.

O que foi ajustado com IA em O Brutalista?

Corbet destacou que Brody e Jones passaram meses treinando seus sotaques com a preparadora vocal Tanera Marshall.

No entanto, a equipe de pós-produção recorreu à tecnologia Respeecher para corrigir pequenas imperfeições na pronúncia de palavras específicas no idioma húngaro.

“Adrien e Felicity entregaram performances completamente autênticas. A IA foi usada apenas para refinar certas vogais e letras em diálogos húngaros, sem alterar a atuação em inglês,” explicou Corbet ao Deadline.

Ele acrescentou que o objetivo era manter a autenticidade dos diálogos no outro idioma sem comprometer as performances dos atores.

Outro uso de IA foi na criação de imagens para uma sequência final do filme. Corbet esclareceu que “todas as construções vistas no filme foram desenhadas manualmente por artistas” e que a tecnologia foi aplicada apenas para criar efeitos visuais deliberadamente rudimentares em um vídeo que aparece no fundo de uma cena.

A polêmica em torno do uso de IA no cinema

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A questão levantada por O Brutalista se soma a um debate maior sobre o papel da inteligência artificial na indústria cinematográfica.

A pós-produção sempre contou com ferramentas para corrigir falhas na captação de som, mas o uso de IA para recriar ou modificar vozes levanta novas preocupações.

Casos anteriores mostram que ajustes em performances de áudio não são incomuns. Em Bohemian Rhapsody, por exemplo, a voz de Rami Malek foi mesclada com gravações originais de Freddie Mercury e do cantor Marc Martel.

Angelina Jolie também teve sua voz misturada à de Maria Callas no filme Maria Callas da Netflix.

A tecnologia Respeecher também foi usada em Emilia Pérez, produção da Netflix, para ampliar a capacidade vocal da atriz Karla Sofía Gascón.

Segundo os envolvidos, a IA não substituiu as performances, apenas complementou detalhes que os atores não conseguiam alcançar naturalmente.

Como a IA foi usada na pós-produção de O Brutalista?

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O editor do filme, Dávid Jancsó, revelou que o processo de pós-produção durou 18 meses e incluiu o uso de inteligência artificial para otimizar o sotaque dos atores nos diálogos em húngaro.

Inicialmente, a equipe tentou resolver a questão por meio de regravações (ADR), mas o resultado não foi satisfatório. Foi então que recorreram ao Respeecher.

“A IA ajudou a corrigir pequenas imperfeições, tornando o sotaque mais preciso, sem substituir as vozes originais dos atores,” explicou Jancsó.

Ele também revelou que, para garantir a fidelidade ao idioma, chegou a gravar sua própria voz e inseri-la no modelo de IA para ajustes específicos.

O impacto desse tipo de tecnologia continua levando a discussões sobre ética e estética no cinema.

Se ajustes de áudio são comuns há décadas, a questão central é até que ponto a IA pode ser usada sem comprometer a autenticidade das atuações e a transparência no processo de criação cinematográfica.

Sobre O Brutalista

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O filme conta a história do arquiteto judeu húngaro László Tóth (Adrien Brody), que emigra para os Estados Unidos após a Segunda Guerra Mundial e tenta reconstruir sua vida e carreira.

Com uma duração de 215 minutos, incluindo um intervalo de 15 minutos, a produção foi filmada na Hungria e distribuída pela A24.

Após seu lançamento no Festival de Veneza, O Brutalista surpreendeu ao conquistar os principais prêmios do Globo de Ouro.

Agora, o longa concorre ao prêmio de Melhor Direção no DGA Awards e ao prêmio de Melhor Produção no PGA Awards.

A estreia nos cinemas brasileiros está marcada para 20 de fevereiro de 2025.

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