Paramount desafia Netflix e anuncia 30 lançamentos anuais nos cinemas em guerra pela Warner

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A disputa pela Warner Bros. Discovery ganhou um capítulo ainda mais intenso. Ao entrar oficialmente com uma oferta hostil para comprar todas as ações da WBD e, para reforçar sua proposta, a Paramount fez uma promessa ousada em Hollywood: lançar mais de 30 filmes por ano exclusivamente nos cinemas, respeitando janelas tradicionais de exibição.

A estratégia é uma resposta direta à Netflix, que recentemente fechou um acordo vinculante para adquirir a Warner Bros. e a HBO por US$ 82,7 bilhões.

O CEO da Netflix, Ted Sarandos, já havia sinalizado que pretende manter os lançamentos planejados nos cinemas, mas também comentou que as janelas de exibição devem “evoluir” para algo mais rápido, o que gerou preocupação entre diretores, roteiristas e donos de salas de cinema.

Paramount dobra a aposta e provoca a Netflix

Durante a conferência com imprensa e investidores, a Paramount reforçou o compromisso com o cinema tradicional. A fala de David Ellison, CEO da Paramount Skydance, deixou claro o recado:

“Nós amamos o negócio de filmes e entretenimento. Acreditamos profundamente no futuro dele e queremos preservá-lo e fortalecê-lo.”

Ellison enfatizou que o plano da empresa é construir mais, não cortar, oferecendo mais oportunidades para a indústria e mais apoio ao talento criativo. É um contraste evidente com a visão mais flexível da Netflix, que prioriza estreias rápidas no streaming.

A Paramount detalhou ainda como pretende crescer seu calendário anual: hoje, o estúdio lança oito filmes por ano. A meta é alcançar 15 filmes em 2026, 17 em 2027 e 18 em 2028. Já a Warner Bros., foco da disputa, costuma lançar entre 12 e 14 longas anualmente e vive um ano excelente, com títulos como A Hora do Mal, Pecadores e Superman liderando bilheterias.

Oferta hostil: o lance oficial da Paramount

Na segunda-feira, a Paramount Skydance deu início à proposta hostil, oferecendo US$ 30 por ação, em dinheiro, por 100 por cento das ações da Warner Bros. Discovery. Esse valor equivale a US$ 108,4 bilhões em avaliação corporativa, considerando dívidas.

A comparação com a Netflix é inevitável. A proposta rival é menor por ação, avaliada em US$ 27,75, sendo apenas parte em dinheiro e o restante em ações.

Outro diferencial importante:
A Netflix quer apenas partes específicas da WBD, permitindo que ativos de TV, como CNN, TBS e TNT, sejam separados em uma nova empresa.

A Paramount quer tudo, incluindo toda a operação de TV e redes a cabo.

O clima em Hollywood

A briga ganhou tons dramáticos porque envolve muito mais do que dinheiro. A indústria observa atentamente como cada empresa enxerga o papel do cinema nos próximos anos.

A possibilidade de a Netflix assumir um dos maiores estúdios tradicionais do mundo acendeu alertas sobre o futuro das janelas de exibição e o impacto em cinemas ao redor do planeta.

Já a Paramount tenta se posicionar como a guardiã do modelo clássico de Hollywood, reforçando o compromisso com salas de cinema, algo que agrada muito criadores e exibidores.

A disputa está longe de acabar. Agora, cabe aos acionistas e às autoridades regulatórias decidir o futuro da Warner Bros. Discovery. Enquanto isso, Hollywood acompanha a batalha como se fosse o próprio blockbuster do ano.

Fonte: Variety

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