O que Piratas do Caribe 6 precisa resgatar de ‘A Maldição do Pérola Negra’ para funcionar

Piratas-do-Caribe-A-Maldicao-do-Perola-Negra O que Piratas do Caribe 6 precisa resgatar de 'A Maldição do Pérola Negra' para funcionar

Lançado em 2003, Piratas do Caribe: A Maldição do Pérola Negra foi um dos primeiros grandes sucessos da Disney baseados em uma atração de parque temático. O filme combinou ação, aventura, comédia e fantasia em uma história fechada, com personagens bem definidos e uma jornada que não dependia de um universo expandido.

Mesmo com uma trama mais simples em comparação aos filmes seguintes, o longa conseguiu criar um clima épico. A história girava em torno de um grupo pequeno de personagens, como Jack Sparrow, Will Turner, Elizabeth Swann e o vilão Barbossa, em busca de um tesouro amaldiçoado.

A ambientação era dividida entre lugares marcantes como Port Royal, Tortuga e a caverna com o ouro asteca.

Tudo era direto ao ponto: a maldição que transforma piratas em esqueletos à luz da lua, o duelo entre liberdade e ordem, e o jogo de alianças e traições ao longo da aventura.

As sequências foram ficando cada vez mais carregadas

A partir de O Baú da Morte (2006), os filmes passaram a incluir muitos personagens e novas tramas. Entraram em cena figuras como o Lorde Cutler Beckett, o navio holandês voador, o Kraken, Tia Dalma, e outros.

Com No Fim do Mundo (2007), o foco virou uma batalha global entre piratas, e os filmes seguintes tentaram manter esse tom grandioso. Esse aumento de escala, no entanto, fez os filmes se distanciarem do que funcionou tão bem no original.

O arco de Will e Elizabeth, que se resolvia de forma satisfatória no primeiro longa, acabou esticado por mais duas sequências. E Jack Sparrow passou de um pirata imprevisível para um personagem cada vez mais exagerado.

O envolvimento do público com a história em A Maldição do Pérola Negra vinha muito da construção dos personagens. Will e Elizabeth tinham um arco claro e bem trabalhado. Jack Sparrow era um elemento caótico, mas ainda parte de uma história que o mantinha em equilíbrio com os demais.

Já nos dois últimos filmes, Navegando em Águas Misteriosas e A Vingança de Salazar, tentativas de introduzir novos casais e personagens centrais acabaram sem o mesmo efeito.

Com dois novos projetos em andamento, um reboot e um possível derivado estrelado por Margot Robbie, há uma oportunidade para criar novos personagens que funcionem por conta própria, sem depender do carisma inegável de Johnny Depp ou de conexões com os protagonistas antigos.

Fantasia com moderação

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A franquia sempre apostou em elementos visuais marcantes, como o navio Flying Dutchman coberto de criaturas marinhas, o redemoinho gigante no final de No Fim do Mundo ou o visual do vilão vivido por Javier Bardem em A Vingança de Salazar. Mas o primeiro filme mostrou que dá pra causar impacto visual sem exageros.

A cena dos piratas amaldiçoados se transformando em esqueletos sob a luz da lua é um bom exemplo de como usar efeitos a favor da história. Tudo isso foi possível com a direção de Gore Verbinski, que comandou os três primeiros filmes. Um novo longa pode se beneficiar de um olhar criativo que mantenha a fantasia a serviço da aventura.

Com dois novos filmes em desenvolvimento e sem concorrentes diretos no gênero de pirataria, Piratas do Caribe tem espaço para voltar ao cinema com força.

Mas para isso, precisa recuperar o que fez A Maldição do Pérola Negra funcionar: personagens marcantes, uma aventura com ritmo firme e um equilíbrio entre o fantástico e o simples.

Um novo começo, sem se apoiar tanto em conexões com os antigos filmes, pode dar à franquia um fôlego novo. E se depender dos fãs, a expectativa é que o próximo capítulo volte a ser mais direto, e mais divertido.

Todos os filmes de Piratas do Caribe estão no Disney+.

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