Todo dia 28 de outubro é celebrado o Dia Internacional da Animação, uma data criada para homenagear uma das formas mais criativas e influentes de arte que o cinema já conheceu. A escolha da data não foi aleatória. Em 1892, o inventor francês Émile Reynaud exibiu pela primeira vez uma série de imagens animadas no Museu Grévin, em Paris, usando um aparelho chamado Teatro Óptico. Essa apresentação é considerada o primeiro espetáculo de animação da história.
A exibição, chamada Pantomimes Lumineuses, encantou o público da época e marcou o ponto de partida para tudo o que viria a ser o cinema de animação. Essa apresentação abriu caminho para técnicas que mais tarde seriam aperfeiçoadas por nomes como Winsor McCay e, claro, Walt Disney, que transformaria o gênero para sempre.
A data começou a ser celebrada oficialmente em 2002, por iniciativa da Association Internationale du Film d’Animation (ASIFA), e rapidamente ganhou adesão em vários países, inclusive no Brasil. Desde então, o dia 28 de outubro se tornou uma homenagem à criatividade, à inovação e à imaginação que movem o mundo da animação.
O papel da Disney na história da animação
Falar em animação sem mencionar a Disney é praticamente impossível. O estúdio foi responsável por algumas das maiores inovações do setor, desde a criação do primeiro personagem com som sincronizado, até o desenvolvimento de técnicas que transformaram completamente a forma de produzir filmes animados.
Tudo começou com Mickey Mouse, que fez sua estreia em O Vapor Willie (1928). O curta foi o primeiro da história a sincronizar som e imagem de forma precisa, o que levou o público da época ao delírio. O sucesso foi tão grande que o pequeno camundongo se tornou um ícone mundial e abriu o caminho para o primeiro longa-metragem animado, Branca de Neve e os Sete Anões, lançado em 1937.
O filme foi uma aposta arriscada na época, mas deu certo. Walt Disney mostrou ao mundo que a animação podia ser muito mais do que curtas engraçados: podia contar histórias completas, com emoção, música e personagens inesquecíveis.
A evolução das eras da Disney
A história da Disney é também a história da evolução da animação. Cada fase do estúdio representa um avanço técnico ou artístico que influenciou gerações de animadores.
- Era Dourada (1930–1950): marcada por clássicos como Pinóquio, Dumbo e Cinderela, consolidou o formato do longa animado e apresentou ao público a ideia de que desenhos podiam transmitir mensagens e sentimentos profundos.
- Era de Prata (1950–1970): trouxe novas técnicas de cor, som e design. Filmes como A Dama e o Vagabundo e 101 Dálmatas mostraram o domínio técnico e estético do estúdio.
- Era de Bronze e Renascimento (1980–2000): após um período de altos e baixos, a Disney voltou a crescer com produções que marcaram gerações, como A Pequena Sereia, A Bela e a Fera, O Rei Leão e Aladdin. Essa fase ficou conhecida como o “renascimento” da animação tradicional.
- Era Digital (2000–presente): a parceria com a Pixar mudou tudo de novo. Toy Story, Procurando Nemo, Os Incríveis e Divertida Mente elevaram o padrão da animação em computação gráfica ao misturar tecnologia de ponta com histórias cheias de personalidade.
Hoje, com a chegada de títulos como Encanto, Elementos e Wish: O Poder dos Desejos, a Disney continua mostrando como unir inovação técnica e criatividade artística.
A animação como expressão cultural
O Dia Internacional da Animação é uma oportunidade para celebrar não apenas a Disney, mas toda uma arte que ultrapassa fronteiras culturais e linguísticas. A animação permite que ideias ganhem forma, que mundos imaginários se tornem reais e que histórias sejam contadas de um jeito único, acessível a pessoas de todas as idades.
Os artistas por trás das animações (animadores, dubladores, roteiristas, músicos e designers) trabalham quadro a quadro para dar vida a cada detalhe. O processo pode levar anos, com milhares de desenhos, ajustes e testes até chegar ao resultado final que o público vê nas telas.
É uma arte que combina paciência, técnica e imaginação. E a Disney teve papel essencial em mostrar ao mundo que esse esforço vale a pena. Ao longo de mais de 100 anos, o estúdio ajudou a definir a animação como uma das formas de expressão mais poderosas do cinema, capaz de emocionar, divertir e inspirar gerações inteiras.
Hoje, o catálogo do Disney+ reúne mais de um século de histórias animadas. É possível assistir desde os curtas originais de Mickey e Minnie até produções recentes da Pixar e da Walt Disney Animation Studios. Essa mistura de passado e presente permite que novos públicos conheçam a trajetória que fez da animação um dos formatos mais queridos do cinema mundial.
O Dia Internacional da Animação é, portanto, uma celebração dessa jornada, desde os primeiros experimentos de Émile Reynaud até as produções em CGI de hoje. Uma lembrança de que a magia da animação continua viva, reinventando-se a cada geração, com a Disney como uma das grandes protagonistas dessa história que ainda está sendo escrita.