Uma reportagem da CNBC trouxe à tona discussões estratégicas que vêm ocorrendo nos bastidores da Disney. Segundo fontes do canal, os líderes da Disney debatem diariamente sobre o YouTube e estão considerando adicionar conteúdos gerados por usuários ao Disney+. Embora essa adição não esteja nos planos imediatos, a ideia, segundo o veículo, já circula entre os executivos da empresa.
O YouTube revolucionou a maneira como consumimos conteúdo, ultrapassando os limites dos telefones e computadores e chegando às telas das TVs. A plataforma não só inventou o conceito de conteúdo gerado por usuários, como também detém uma fatia significativa do consumo de mídia.
Em maio, o YouTube representou 9,7% de toda a audiência em TVs nos EUA, o maior percentual já registrado por um serviço de streaming no relatório “The Gauge” da Nielsen. A título de comparação, a Netflix ficou em segundo lugar, com 7,6% da audiência. No mês anterior, a Disney havia conseguido ficar em primeiro lugar, combinando os acessos do Disney+ e Hulu.
O domínio do YouTube no cenário de mídia é inegável. Segundo Neal Mohan, CEO do YouTube, os usuários assistem a mais de 1 bilhão de horas de conteúdo do YouTube em telas de TV diariamente.
Isso destaca a importância da plataforma não apenas na internet, mas também na sala de estar das pessoas. Rich Greenfield, analista de mídia da LightShed, enfatizou: “Não estamos falando sobre o seu celular, o seu laptop, que tenho certeza que você vê seus filhos usando o tempo todo, mas sobre a maior tela da casa, a TV. Todo executivo de mídia precisa prestar atenção.”
A estratégia da Disney
A Disney, consciente do crescente domínio do YouTube entre os jovens, parece estar atenta a essa tendência. A empresa possui uma legião de fãs que recorrem ao YouTube e outras redes sociais para promover e discutir sobre seus filmes, séries, parques, brinquedos etc. Integrar parte desse conteúdo como programação adicional ao lado dos conteúdos do Disney+ pode estar sendo visto como uma estratégia eficaz para manter os usuários engajados na plataforma.
No entanto, a Disney tem se mantido discreta sobre os detalhes dessas conversas. Segundo a reportagem da CNBC, um porta-voz da empresa se recusou a comentar sobre as discussões relativas à adição de conteúdos originais gerados por usuários ao Disney+.
Empresas de mídia como Disney, Netflix e Warner Bros. estão de olho na maneira como o YouTube revolucionou o consumo de conteúdo. Com a ascensão do YouTube na TV, essas empresas podem estar considerando formas de incorporar vídeos gerados por usuários em suas plataformas para atrair e reter públicos mais jovens.
Integrar vídeos de fãs e criadores de conteúdo pode oferecer uma experiência bastante diversificada, mantendo os espectadores na plataforma por mais tempo. Além disso, a inclusão de conteúdos gerados por usuários pode criar uma comunidade mais engajada em torno das marcas e produtos da empresa.
Toda essa discussão é um reflexo da transformação contínua no consumo de mídia. O sucesso do YouTube demonstra que há um apetite insaciável por conteúdo original e diversificado, e as empresas de mídia tradicionais precisam se adaptar a essa nova realidade para se manterem relevantes.
Até onde o público sabe, a Disney ainda não tem planos imediatos de integrar esse tipo de conteúdo, mas as supostas discussões internas sugerem que mudanças podem estar a caminho. Com o tempo, veremos se essa abordagem será adotada e como ela pode impactar o futuro do streaming e do entretenimento digital.
Leo Carvalho, jornalista de formação e nerd de coração, sempre atento às tendências do entretenimento, em especial filmes e séries da Marvel e Star Wars. Sua formação acadêmica em jornalismo e entusiasmo de fã lhe permitem escrever textos com insights, análises detalhadas e olhar crítico.
