
Desde o fim da trilogia mais recente, Star Wars vive entre acertos e tropeços. Séries como Andor elevaram o patamar, enquanto outras deixaram fãs insatisfeitos. The Acolyte ficou exatamente no meio dessa balança, com momentos inspirados, visual elaborado em algumas cenas e, ao mesmo tempo, problemas de ritmo e um cancelamento precoce que encerrou a série antes da hora.
Ainda assim, The Acolyte chamou atenção por trazer algo raro na franquia: tensão romântica real.
Manny Jacinto, que interpretou Qimir, o Estranho, falou sobre isso em entrevista ao TV Insider e colocou o dedo na ferida: Star Wars precisa voltar a apostar em relacionamentos.
Segundo ele:
“Com muitas franquias, falta romance. Falta amor e relações reais.”
E os fãs de Oshamir (Osha + Qimir) sabem bem disso. A química entre os personagens virou combustível para milhares de posts, fanarts e páginas de ship, justamente porque Star Wars raramente se permite explorar esse lado.
Por que The Acolyte causou discussão sobre romance

A série mostrou que existe espaço para histórias que mexam com tensão, sedução e conflito emocional, algo que as produções recentes da Lucasfilm quase sempre deixam de lado.
Mesmo com as críticas, The Acolyte ousou ao desenvolver um jogo de atração perigosa entre Osha e Qimir, criando um tipo de conexão que a saga não explorava de forma intensa desde o flerte explosivo entre Han e Leia.
Com o cancelamento anunciado um ano e meio atrás, muitos fãs ficaram com a sensação de que a série encerrou justo quando encontrava um caminho próprio. E foi exatamente isso que Manny Jacinto destacou ao lamentar o fim precoce.
Uma franquia que sempre flertou com romance, mas raramente entregou

A discussão levantada por Jacinto não é nova. George Lucas tinha o romance como um dos pilares de sua inspiração, influenciado por serials antigos de ficção científica, lendas arthurianas e aventuras clássicas. Só que transformar essa intenção em algo convincente nem sempre funcionou tão bem.
O que segurou o romance de Han e Leia, por exemplo, foi a química absurda entre Carrie Fisher e Harrison Ford, não necessariamente o texto.
Nos prequels, o relacionamento entre Anakin e Padmé virou assunto eterno entre fãs, para o bem e para o mal.
E quando a Lucasfilm teve uma dupla com conexão natural de novo, Finn e Poe, a possibilidade foi desmontada em troca de romances apressados que não convenceram ninguém.
Enquanto isso, o arco de Rey e Ben Solo ganhou força com o público, mas terminou engolido por decisões apressadas de roteiro.
Jacinto resumiu o problema assim:
“Temos grandes lutas e histórias de origem, mas raramente relações de verdade.”
O que isso diz sobre as franquias atuais
Para o ator, não é só Star Wars que sofre com isso. Ele aponta que grandes franquias priorizam ação e mitologia enquanto deixam as conexões humanas em segundo plano.
Personagens viram ícones antes de serem pessoas, e o resultado são histórias que pedem enorme envolvimento do fã, mas não oferecem profundidade emocional para sustentar esse pedido.
Em outras palavras, há muita explosão e pouco afeto.
O fandom sente falta e sabe quando funciona
A recepção de Oshamir deixou claro que existe demanda por histórias que incluam romance.
Quando feito com cuidado, isso gera conversa, cria vínculo com o público e expande possibilidades dentro da saga.
Enquanto isso, parte da estratégia atual da Lucasfilm segue focada em acenos e referências.
O exemplo citado ilustra bem isso: Zeb Orrelios está no pôster de O Mandaloriano e Grogu, mas muitos espectadores sequer conhecem o personagem. Fãs mais atentos pediram até o retorno de Kallus e reviver a promessa nunca cumprida de um momento Finn-Poe.
O que vem pela frente
Com The Acolyte fora de cena, não há nenhum projeto anunciado que explore romance de forma central na franquia.
Mas o comentário de Manny Jacinto gerou discussões entre os fãs e reacendeu um ponto crucial: a galáxia pode ter espaço para política, guerra, misticismo e também para histórias de conexão e atração.
Se isso vai influenciar os próximos projetos, só o tempo vai dizer.
Mas a declaração abriu caminho para algo que muita gente sempre sentiu falta e raramente viu nas telonas ou no Disney+: relações que falam com o espectador tanto quanto os sabres de luz.