Joan Baez elogiou Monica Barbaro em ‘Um Completo Desconhecido’ – e a atriz não escondeu a emoção

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Na semana passada, Monica Barbaro conheceu Joan Baez pessoalmente pela primeira vez. Para a atriz, esse momento marcou uma etapa importante de um processo que começou em 2020, quando ela sequer sabia tocar violão, mas se arriscou cantando na audição para interpretar Baez no filme Um Completo Desconhecido, de James Mangold.

Cinco anos depois, Barbaro não só incorporou a artista no cinema como também interpretou suas músicas – e as indicações ao Oscar e ao SAG Awards são prova disso.

Antes dessa reunião, as duas já tinham conversado por telefone, pouco antes de Barbaro filmar uma cena em que canta Blowin’ in the Wind ao lado de Timothée Chalamet, que vive Bob Dylan no longa.

Mas o encontro cara a cara aconteceu no dia 8 de fevereiro, nos bastidores de um show de Baez em São Francisco.

Ainda no ritmo das filmagens de Crime 101, novo suspense de Bart Layton com Jennifer Jason Leigh, Chris Hemsworth e Barry Keoghan, Barbaro contou ao Deadline como foi essa experiência e como Mangold, Chalamet e a própria Baez ajudaram a construir sua performance.

Entre filmagens e premiações

Durante as gravações de Crime 101, a agenda da atriz sofreu alguns ajustes inesperados. “Faltam dois dias para terminar. Houve um imprevisto que bagunçou um pouco o cronograma, mas não teve nada a ver comigo. Isso acabou encaixando bem com o BAFTA. Amanhã vou para Nova York, depois sigo para Londres no sábado. O BAFTA é no domingo. Depois, mais dois dias de filmagem, algumas reuniões e volto para Los Angeles”, contou Barbaro.

O retorno a Los Angeles acontece bem a tempo das premiações, como o SAG Awards e o Oscar, nos quais Barbaro concorre como Melhor Atriz Coadjuvante.

“Estou muito animada. Tem momentos que parecem um turbilhão, mas o que mais gosto nessas premiações é o clima entre os indicados. Ontem mesmo, em Santa Bárbara, estávamos todos juntos, conversando sobre nossos trabalhos. No fim, é isso: artistas dizendo uns aos outros o quanto apreciam o que fazem. É incrível”, disse ela.

Barbaro já participou do Oscar antes, quando Top Gun: Maverick foi indicado, mas agora a experiência é outra.

“Dessa vez, é diferente porque sou eu que estou na disputa. Mas o bom é que já conheço o evento, então isso tira um pouco da pressão. Acho que todos vão sentir uma mistura de emoções, mas também um certo alívio quando tudo terminar”, explicou.

Conexões entre artistas

O circuito de premiações permite que os indicados passem bastante tempo juntos, criando laços inesperados.

“Não esperava essa sensação de comunidade. Foi assim com Top Gun, quando conheci Kerry Condon e o pessoal de Tudo em Todo o Lugar ao Mesmo Tempo. É muito legal ver tantas mulheres talentosas, que vêm batalhando há anos, finalmente sendo reconhecidas”, disse.

Entre os momentos marcantes dessa jornada, Barbaro destacou uma situação inusitada no evento de Santa Bárbara.

“Estava ajudando Ariana Grande com o vestido dela antes de entrarmos no palco, e, de repente, o botão do meu vestido arrebentou. Ela pegou um grampo e consertou para mim. Essas pequenas coisas ficam na memória, porque são espontâneas e mostram como estamos ali torcendo umas pelas outras”, lembrou.

O show de Joan Baez

Sobre o show de Baez, Barbaro foi só elogios. “Foi uma apresentação incrível. O público estava muito conectado com ela. Foi emocionante vê-la subir no palco, cantar e dançar com tanta liberdade. Em um período politicamente complicado, foi uma noite cheia de momentos marcantes”, comentou.

Depois do espetáculo, as duas se encontraram nos bastidores. “Foi um papo rápido, mas muito especial. Fiquei impressionada com a atenção que ela me deu, mesmo depois de uma performance tão intensa. Ela percebeu que eu estava cansada e perguntou: ‘Quando você realmente vai conseguir descansar?’. Foi um gesto muito carinhoso”, disse Barbaro.

Além do encontro em si, ouvir Baez cantar ao vivo foi um momento único para a atriz. “Ela interpretou Diamonds & Rust lindamente. Saber que vivi para ouvir Joan Baez cantando ao vivo é algo surreal”, afirmou.

A preparação para Um Completo Desconhecido

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Monica Barbaro se dedicou intensamente para dar vida a Joan Baez no cinema. No teste para o papel, em 2020, cantou House of the Rising Sun e There but for Fortune, mesmo sem saber tocar violão na época. “Pensei: se eu conseguir esse papel, vou aprender a tocar. Agora, anos depois, consigo tocar essa música de verdade, o que é meio louco para mim”, disse ela.

Trabalhar com Mangold também foi um desafio transformador. “Ele tem uma voz forte, opiniões firmes e cria um ambiente intenso no set. Mas, ao mesmo tempo, nos apoia completamente. Ele percebeu que às vezes eu hesitava antes de seguir um impulso e me incentivava a confiar mais em mim mesma”, contou.

Sobre Chalamet, Barbaro destacou a química em cena. “Nossa primeira filmagem juntos foi um show em Pittsburgh, e ele começou a improvisar. O público também estava interagindo muito, vaiando, aplaudindo. Tudo ficou muito real e desconfortável – do jeito que deveria ser. A outra cena marcante foi It Ain’t Me Babe, em que Elle Fanning trouxe uma energia incrível como ponto de equilíbrio. O interessante é que não discutimos muito as cenas antes de gravar, só entrávamos no set e fazíamos”, revelou.

A transformação física para o papel

Para interpretar Baez, Barbaro usou uma prótese dentária feita pelo renomado designer Yoichi Art Sakamoto.

“Isso me ajudou muito. Joan tem um sorriso marcante, e Jim (Mangold) queria que tudo parecesse o mais autêntico possível. O resultado foi uma transformação sutil, mas essencial”, explicou.

A atriz também precisou adaptar sua aparência para o filme. “Jim não queria que parecêssemos atores de Hollywood tentando parecer artistas folk. Por isso, usamos pouca maquiagem e adicionamos detalhes como sardas e pequenas imperfeições”, disse.

Música nos bastidores

Um-Completo-Desconhecido Joan Baez elogiou Monica Barbaro em 'Um Completo Desconhecido' - e a atriz não escondeu a emoção

Durante as filmagens da série FUBAR, Barbaro já estava envolvida com a preparação para Um Completo Desconhecido e aproveitou para tocar violão no set.

“Todo mundo pegava o violão em algum momento. Fortune Feimster cantou Dixie Chicks, eu toquei Landslide, e Travis Van Winkle aprendeu a tocar Blowin’ in the Wind. Arnold Schwarzenegger ficou super orgulhoso quando viu”, relembrou.

O entusiasmo continuou depois que Schwarzenegger assistiu ao filme. “Ele me ligou e disse algumas das coisas mais gentis que já ouvi dele. Foi um apoio enorme de todo o elenco”, finalizou.

Um Completo Desconhecido, produção da Searchlight Pictures, recebeu oito indicações ao Oscar 2025, incluindo Melhor Filme, Melhor Direção e Melhor Roteiro Adaptado. O filme estreia nos cinemas brasileiros em 27 de fevereiro e, depois, estará disponível no Disney+.

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