Joe e Anthony Russo, responsáveis por alguns dos maiores sucessos da Marvel, falaram sobre o impacto dos filmes do estúdio na indústria do cinema. Os diretores de Vingadores: Guerra Infinita e Vingadores: Ultimato negaram que os blockbusters da Marvel tenham prejudicado os cinemas e defenderam que, por muito tempo, essas produções foram as responsáveis por manter as salas de exibição abertas.
“Como tudo hoje em dia, o debate sobre cinema se tornou divisivo”, disse Joe Russo. “Tudo gira em torno de quem grita mais alto, quem consegue mais cliques.” Ele também apontou que essa polarização afetou a relação entre o público e o Oscar, já que muitos dos filmes premiados não são grandes sucessos de bilheteria.
Os irmãos Russo agora estão de volta ao universo da Marvel para dirigir Vingadores: Doomsday e Vingadores: Guerras Secretas, com lançamentos previstos para 2026 e 2027.
Enquanto isso, eles também trabalham em The Electric State, um novo filme de ficção científica da Netflix estrelado por Millie Bobby Brown e Chris Pratt. Esse filme, inclusive, tem um easter egg da Feiticeira Escarlate!
A inteligência artificial na indústria cinematográfica
Além de discutirem o futuro da Marvel, os diretores falaram sobre o uso da inteligência artificial no cinema. Segundo Joe Russo, a tecnologia já faz parte da indústria, mas muitos evitam admitir isso. Ele explicou que a IA ainda está em uma fase inicial e tem limitações, mas pode ser uma ferramenta útil para a criatividade.
“Há muito exagero e medo porque as pessoas não entendem”, comentou com o The Times. “Mas, no fim das contas, vamos ver a IA sendo usada cada vez mais.”
Os irmãos também revelaram que usaram inteligência artificial para modulação de voz em The Electric State, destacando como essa tecnologia está se tornando acessível.
O desafio de reconstruir o MCU
Os irmãos Russo entraram no Universo Cinematográfico da Marvel em um momento em que os heróis originais, como Homem de Ferro, Capitão América e Thor, estavam no auge.
Agora, com o estúdio enfrentando uma fase instável, os diretores reconhecem que há muito trabalho a ser feito para reconquistar o público.
Anthony Russo afirmou que a principal missão deles é trazer de volta um foco mais claro para a franquia. “O MCU cresceu bastante, isso é fato”, disse. “Mas parte do motivo pelo qual decidimos voltar é exatamente o que você mencionou. Precisa haver uma estrutura narrativa mais centralizada.”
Sobre a escala dos novos filmes, Joe Russo destacou que Vingadores: Doomsday e Vingadores: Guerras Secretas representam um novo começo para a Marvel, ao invés de um encerramento.
O retorno de Robert Downey Jr. como Doutor Destino
Um dos pontos mais comentados do retorno dos diretores ao MCU é a escalação de Robert Downey Jr. como o vilão Doutor Destino, depois de ter interpretado Tony Stark por mais de uma década. Questionados sobre como essa transição será feita, Anthony apenas respondeu:
“Não podemos explicar, isso faz parte da história. Mas não há ninguém no mundo que poderia interpretar esse personagem do jeito que ele vai fazer.”
Chris Pratt, que trabalhou com os diretores em Guardiões da Galáxia e nos filmes dos Vingadores, acredita que eles podem ajudar a Marvel a retomar o sucesso. “Eles entendem que são as falhas humanas que movem as histórias e fazem os Vingadores serem interessantes. Eles sabem encontrar esse elemento humano.”
Com tantos desafios pela frente, os irmãos Russo se mostram confiantes no trabalho que têm a fazer. “Cada filme é um desafio”, disse Anthony. “Mas estamos animados. Temos algo a dizer.”
Vingadores: Doomsday chega aos cinemas em maio de 2026, seguido por Vingadores: Guerras Secretas em maio de 2027.