
Conhecida por suas animações pioneiras, a Pixar ainda não entrou no universo dos filmes live-action. Mas essa possibilidade não está totalmente descartada. Em entrevista ao podcast Working It Out, o diretor criativo da Pixar, Pete Docter, foi questionado se o estúdio poderia seguir o caminho da Disney e apostar em uma versão com atores reais.
A resposta começou com um “provavelmente não”, mas logo veio a dúvida: “Bom… quem sabe. Quem sabe”, disse Docter, sem descartar a ideia.
Em tom descontraído, ele explicou que prefere trabalhar com animação justamente por causa do tempo de decisão que esse formato oferece.
“Fico nervoso com esse tipo de pergunta porque sob pressão eu fico mais lento, e minha esposa mais rápida. Por isso prefiro a animação, onde dá pra pensar com calma no dia seguinte”, brincou.
Resistência a refilmagens continua, mas postura está menos rígida
No ano anterior, em entrevista à Time, Docter se mostrou bem mais contrário à ideia de versões live-action de histórias da Pixar. Na época, ele disse: “Não, e isso talvez me prejudique por dizer, mas isso me incomoda”.
Segundo ele, muitas das criações do estúdio funcionam por serem pensadas especificamente para o formato animado. “Os mundos que construímos não se adaptam tão bem ao live-action”, comentou.
Agora, mesmo mantendo essa visão, o tom mais flexível da nova entrevista pode indicar que o assunto está sendo discutido internamente.
Pressão comercial pode influenciar decisões futuras
Parte dessa abertura pode ter relação com o desempenho recente de Elio, novo filme da Pixar, que arrecadou apenas 20,8 milhões de dólares no fim de semana de estreia nos Estados Unidos, 130 milhões abaixo do valor de Divertida Mente 2, lançado um ano antes.
Enquanto isso, refilmagens em live-action continuam sendo apostas lucrativas para a Disney. Lilo & Stitch caminha para ultrapassar 1 bilhão de dólares nas bilheteiras, com uma continuação já anunciada. A DreamWorks também avançou nesse caminho com Como Treinar o Seu Dragão, que teve um bom desempenho comercial.
Quais filmes da Pixar poderiam ganhar versões com atores?

Se um filme da Pixar for adaptado para o formato live-action, Os Incríveis parece ser uma das opções mais viáveis. Com personagens humanos, temática de super-heróis e um estilo retrô, o filme já lembra algumas produções da Marvel. Além disso, exigiria menos efeitos visuais em comparação com histórias que envolvem animais falantes ou personagens totalmente animados.
Outro título que poderia funcionar é Valente, por trazer elementos de conto de fadas, reinos antigos e paisagens que se encaixam bem no estilo das refilmagens em live-action da Disney.
Já filmes como Ratatouille podem encontrar mais resistência, especialmente pela reação do público a um rato realista dentro de uma cozinha. O mesmo vale para Toy Story, que depende tanto de CGI que uma versão live-action poderia parecer apenas uma atualização gráfica.
A franquia Toy Story, inclusive, continua ativa. O quinto filme está previsto para estrear em junho de 2026, mais de 30 anos após o lançamento do original.
Enquanto isso, Os Incríveis 3 está em desenvolvimento com direção de Peter Sohn, o que reforça o foco da Pixar em continuar explorando suas histórias no formato que a consagrou.